De um tecido rústico para cobrir barracas, surgiu a peça mais popular e democrática da história da moda. Sim, o jeans tornou-se um dos principais pilares da indústria têxtil nacional, movimentando mais de R$ 8 bilhões por ano, segundo dados da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), além de estar muito presente no universo da serigrafia.  Afinal de contas, com o crescente desenvolvimento tecnológico, os sistemas de impressão de estampas estão cada vez melhores, atingindo os mais variados efeitos e texturas, incluindo, é claro, o do famoso jeans.

Mas para que o trabalho de serigrafia saia do jeito esperado, o tecido utilizado e as máquinas necessárias durante o processo são fatores importantes, que devem ser levados em consideração antes de ele ser iniciado.

“Todos os tipos de tecidos podem ser usados, exceto aqueles que têm o acabamento de algum tipo de desmoldante ou impermeabilizante. Porém, a recomendação padrão é da utilização de um tecido 100% algodão. Já em relação aos equipamentos, além de telas e rodos, utilizam-se mesa dura de madeira MDF revestida com fórmica ou berços (placas de alumínio) para fixar o tecido que receberá a impressão (estampa), flash-cure, tipo de secador rápido equipado com lâmpadas infra red, capaz de produzir calor em segundos para secar superficialmente o produto aplicado (tinta) e soprador serigráfico, utilizado em processos manuais para pequenas tiragens ou desenvolvimento de amostras de estampas”, explica Valdo Santos, assistente técnico da Gênesis Tintas.

Escolher a tinta mais adequada para conferir o efeito jeans desejado também é fundamental. As tintas produzidas à base de plastisóis são as mais indicadas, pois são compostas por policloreto de vinilia, plastificantes e alguns aditivos e pigmentos, capazes de proporcionar um efeito emborrachado, com brilho parecido ao do plástico e alta definição. Ela pode, ainda, ser encontrada em diversos tipos, como transparente, alto brilho e toque suave.

Também é necessário um conhecimento específico do profissional, tanto em relação ao tecido quanto a tinta utilizada. “Ele precisa saber se o tecido suporta altas temperaturas para a secagem e a cura da tinta, se a tinta tem algumas recomendações especiais para o tipo de tecido que ele escolheu usar e consultar sempre o boletim técnico dos produtos”, ressalta o especialista.

Além disso, o serígrafo preciso estar sempre preparado para vencer os desafios que envolvem a atividade: “a criação da arte final e a geração de fotolitos para a gravação das matrizes são a principal dificuldade. ”

Confira, então, o passo a passo das etapas necessárias para chegar ao efeito de jeans sem erro, de acordo com Valdo Santos, assistente técnico da Gênesis Tintas.

  1. Aplicar, primeiramente, uma demão do Plastisol Stamp Soft Preto referência P4525 para realçar visualmente a profundidade da estampa tela de 55 fios.
  2. Aplicar entre três e quatro demãos de Plastisol Reloevo Base Cinza referência P5398, com tela de 32 a 44 fios, com secagens intermediárias, utilizando flash-cure ou outra fonte de calor;
  3. Aplicar área semi-chapada Plastisol Camurça referência P54264 levemente colorido em azul claro (céu), utilizando tela de 55 fios;
  4. Aplicar a tinta na área sobrepondo parcialmente o azul claro e o produto Plastisol Camurça referência P54264 pigmentado na cor azul médio, utilizando também outra tela de 55 fios.
  5. Aplicar o produto Plastisol Camurça referência P54264 pigmentado na cor branca, sobrepondo as cores já aplicadas. Utilizar outra tela de 55 fios.
  6. Aplicar como quarta tela do desenho, o produto Plastisol Stamp Soft Preto referência P4525, para criar a sombra escurecida do desenho.
  7. Para finalizar, aplicar o produto Plastisol Relevo Base referência P5397 pigmentado na cor laranja para conferir o efeito da linha de costura sobre o tecido.

Ao final, estufar com temperatura entre 170 e 175 graus por dois a três minutos. A sua estampa estará pronta.