Imagine um grande festival de música. Os shows, por si só, já geram um impacto visual incrível. Palco, luzes, roupas reluzentes, instrumentos musicais e som afinadíssimos. E é claro que a comunicação visual em festivais de música não seria diferente.
Os grandes eventos, que voltaram com tudo após o período de suspensão por conta da pandemia, apresentam um novo conceito de comunicação visual: trata-se da comunicação imersiva. A ideia é fazer com que o público se sinta parte do cenário.
Repare na grande quantidade de peças de comunicação visual que compõem um evento como esse. Paredes e tapumes revestidos, letreiros ultra-coloridos, totens interativos, placas de sinalização e orientação. Isso tudo poderia passar despercebido se não fosse por um motivo: hoje, eles interagem com o público.
E a principal forma de fazer isso não envolve uma tecnologia em específico, isolada. “Na verdade, o que é necessário é criatividade para fazer uma composição das soluções de comunicação visual que já existem no mercado”, conforme explica o especialista no assunto, Thiago Portella Machado, gerente regional da Serilon, empresa líder na distribuição de produtos de comunicação visual.
Principais tendências na comunicação visual em festivais de música
No evento mais recente desse segmento, o Rock in Rio, que aconteceu no início de setembro de 2022, Thiago destaca que as principais tendências foram a utilização de materiais mais nobres, como chapas de ACM; letreiros com acrílico e apliques de LED, que dão o efeito neon — e permitem as fotos instagramáveis; e os totens interativos, que envolvem o público e fazem com que ele participe do evento.
Entre os materiais, destaque para a lona para impressão digital, para fazer revestimento; alguns tecidos; e muitos adesivos, especialmente promocionais e, em geral, com acabamento fosco, feitos com impressão em máquina de tecnologia UV.
Em relação às lonas, Thiago ressalta duas inovações: a lona com aditivo anti-chamas, que é testada e certificada para não propagação do fogo; e a lona perfurada, que é mais flexível para pontos com alta incidência de vento. No caso do Rock in Rio, em alguns locais, essas lonas foram exigência do evento para garantir a segurança do público.
E qual a melhor impressão?
Para o especialista, a divisão entre os tipos de impressão funciona da seguinte forma:
- Em eventos de menor expressão, usa-se tecnologia solvente;
- Em eventos de maior expressão e com apelo de sustentabilidade, utiliza-se a impressão UV, que proporciona secagem imediata e tem bastante resistência quando exposta ao tempo e condições climáticas;
- Em eventos com um pouco menos de volume, o ideal é a impressão látex;
- Já para aplicações menores, como adesivos, a mais recomendada é a impressão HP látex.
Thiago conta que, no último Rock in Rio, o principal fornecedor montou um birô de produção dentro do evento. “Por lá, muitas vezes, eles imprimiam na hora, de madrugada. A impressão UV sai seca da máquina, o que permitia que eles fizessem pequenos ajustes e reparos na comunicação durante o evento”, relata.
E reforça: “Nos eventos em que se exige um alto nível de acabamento e soluções para serem resolvidas na hora, quem tem tecnologia UV e látex sai na frente”.
Recursos tecnológicos para a comunicação visual em festivais de música
Em resumo, para Thiago, quando o assunto são recursos tecnológicos, as principais tendências do segmento são:
- Aplicações em LED, simulando neon ou não, com programações que gerem impacto no público – saiba mais neste e-book sobre aplicações do LED na comunicação visual.
- Totens e tudo que gere interação do público, com a sensação de estar se envolvendo com o evento.
- Solução tecnológica de impressão UV, de alta resolução, e que é mais sustentável.
- E os materiais mais refinados, com lonas especiais e anti-chamas, que reforçam a preocupação com a segurança do público, que são cada vez mais voltados para a família.
“Na verdade, tudo está intimamente conectado. Os recursos tecnológicos todos foram evoluindo de forma a atender melhor, a cada dia, um público que exige interação em todos os níveis. Vivemos num mundo tecnológico em que tudo interage e não seria diferente com os eventos e festivais de música. A interação é um caminho sem volta na comunicação visual”, conta Thiago. E mais: “é justamente esse público que busca e valoriza, cada vez mais, as iniciativas sustentáveis”.
A interação é um caminho sem volta na comunicação visual.
Sustentabilidade nos eventos de música
E por falar em sustentabilidade, Thiago também pontua a importância delas nos festivais de música. O Rock in Rio, por exemplo, é o primeiro evento da América Latina e um dos primeiros do mundo a ser certificado pela ISO 20121 – Sistema de Gestão de Eventos Sustentáveis. Entre os compromissos do evento está a reciclagem de 80% de todo o lixo gerado.
O evento também participa do projeto “Por Um Mundo Melhor”, que promove diversas ações sociais e ambientais e apoia, anualmente, mais de 200 entidades que beneficiam diretamente mais de 56 mil pessoas. A edição deste ano do RiR prevê a criação de cerca de 28 mil postos de trabalho e investimentos de R$ 1,7 bilhão na cidade do Rio de Janeiro, segundo a estimativa da Fundação Getúlio Vargas.
O especialista ainda conta que uma parte de todos os materiais do RiR serão reutilizados em um novo festival, o The Town, que vai acontecer na capital paulista em 2023. “A intenção dos organizadores é intercalar esses dois mega eventos, que acontecerão a cada dois anos, e ir reutilizando os materiais”, explica Thiago.
É claro que esses exemplos de aplicação de sustentabilidade são de um mega evento. Mas eles servem para ilustrar o quanto a questão é importante para toda a cadeia, inclusive para os empreendedores do setor de comunicação visual para eventos. Imagine que oferecer soluções preocupadas com a questão ambiental vão ser determinantes na formatação de um evento que é sustentável em todas as pontas.
Pra quem quer investir nesse segmento
“Pensar em toda a cadeia para fazer uma excelente entrega”, esse deve ser o passo inicial para quem quer investir no segmento, de acordo com Thiago. É claro que você pode se especializar em uma área, mas ele alerta para o fato de que esse tipo de evento está sempre em busca de soluções completas, por isso, é importante se munir de bons parceiros em todas as áreas complementares.
Outro passo importante é estar atento à formação da equipe para atender um evento como esse: “É preciso para garantir a instalação, a entrega do evento, garantir estoque e manter o padrão”, conta o especialista.
Vale lembrar também da importância de estar atento às tendências. “Como falamos, a tecnologia de impressão látex e UV, por exemplo, coloca o fornecedor em outro patamar. Muitas vezes a seleção do fornecedor já é feita aí”, relembra o especialista.
Também é importante pensar nos detalhes. “No caso do RiR, ter mesas de corte para o acabamento nas lonas, nos adesivos, painéis, no ACM, in loco, foi um diferencial”. E sintetiza: “O empreendedor de comunicação visual para eventos tem que pensar sempre em caminhar junto, no longo prazo, e não um único evento”. E aí, vamos nessa?
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