Encerrando o ciclo de palestras do dia no Fórum Future Print, Robson Xavier de Carvalho, diretor da Cor e Processo, trouxe aos participantes uma forma de evitar erros nas cores impressas. Reforçando a relevância da colorimetria nos processos de impressão, o especialista apontou que esse controle é uma forma de compensar as diferenças de percepção entre projetos digitais e impressos, clientes e gráficos, lojistas e consumidores.
“A colorimetria é um processo de identificação de cores através da matemática. Dessa forma, comentários como ‘vermelho mais cremoso’ e ‘verde mais adulto’ perdem o sentido”, comentou. De acordo com o especialista, é preciso sempre ter em mente que nem todas as cores vistas na natureza ou concebida numa tela são possíveis de ser impressos. “Existem limitações técnicas no processo industrial gráfico que precisam ser levados em conta”, explicou.
De acordo com o palestrante, mesmo a escala Pantone pode gerar problemas. “Ao contrário do que se comenta, apenas 2 terços das cores da escala podem ser impressas”, argumentou. Por isso, é preciso considerar critérios cada vez mais objetivos. “Matemática é a chave para isso”, defendeu.
Variações e percepção
A percepção de cores depende de três fatores principais: a iluminação, o observador e o objeto. Iluminação e observador podem variar, mas o objeto precisa se manter o mesmo – daí a importância de utilizar critérios lógicos e que não se submetam à percepção ou questionamento. “Essa diferença de percepção é a principal fonte de divergências entre quem cria e quem imprime”, apontou Carvalho.
A colorimetria considera um código matemático para cada cor, que funcione como um GPS. “A colorimetria utiliza a metodologia L.A.B., considerando um código de variação entre esses três eixos”, trouxe. “O L diz respeito à luminosidade, o A considera o espectro entre verde e vermelho e o B entre azul e amarelo”, explicou. Assim, essa “localização” gera um código único que atesta a qualidade e as características dessa cor.
Vantagens do uso da colorimetria
Esse é um processo que é especialmente válido para clientes com alto nível de exigência. “As pessoas ainda tendem a tratar embalagens como cascas de frutas. Ou seja, se a cor não está legal, o produto também não está. Esse é o nível de importância das cores na impressão nesse setor, por exemplo”. Comentou.
Listando as vantagens de aplicar o processo nas indústrias gráficas, o palestrante apontou:
- – Redução do consumo de materiais e desperdícios;
- – Diminuição da ocorrência de erros e variações de performance;
- – Aumento da produtividade dos equipamentos;
- – Estabilidade e qualidade final das impressões;
- – Previsibilidade e confiabilidade;
- – Flexibilidade operacional;
- – Controle do gestor sobre a operação.
O processo de colorimetria pode ser aplicado em testes de impressões, na calibração de equipamentos e na identificação de cores a partir de amostras.