Dados divulgados pelo ILAC (Instituto Latino-Americano do Acrílico) com base na informação do Comex Stat destacam que a importação e produção de chapas acrílicas no país cresceu 13,8% em 2022, passando das 10.630 toneladas de 2021 para 12.101 toneladas no ano seguinte.

Olhando para estes números com maior detalhamento, executivos do ILAC perceberam que a importação foi o grande responsável por esse crescimento, saltando de 5.730 toneladas de chapas importadas em 2021, para 7.386 toneladas.

Mas, tão importante quanto o volume importado é a manutenção da garantia da qualidade das placas de acrílico que vem de fora. Por isso, convidamos João Orlando Vian, executivo ILAC, para falar sobre as recomendações para garantir a qualidade das chapas acrílicas importadas.

Placas de acrílico: características ideais para uso na comunicação visual

Material versátil, durável, com elevada resistência ao sol, transparência e moldabilidade, as placas de acrílico são um dos termoplásticos mais nobres encontrados no mercado.

Por ser um material rígido, resistente ao impacto e com excelente qualidade óptica, a placa acrílica pode ser usada com muita eficácia em muitas aplicações e em diferentes segmentos.

Segundo João Orlando Vian, executivo do ILAC, a grande aplicação das chapas acrílicas é na área de comunicação visual. “Este segmento atinge cerca de 60% de participação do consumo em toda América do Sul”, destaca. 

Outros importantes usos são em mobiliário residencial e corporativo, iluminação, sinalização e construção civil.

Hoje em dia há a comercialização de placas de acrílico de diversas cores, incluindo transparentes, coloridas e translúcidas e com ampla variedade de espessuras. Isso proporciona infinitas possibilidades de projetos.

Normas que garantem a qualidade das chapas acrílicas

As chapas acrílicas foram normalizadas no Brasil em maio de 2002 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com base em normas internacionais ISO – International Standard Organization.

Assim, Vian salienta que as normas brasileiras para chapas acrílicas são todas NBR-ISO. “No Brasil, seguimos as normas internacionais ISO (International Standard Organization) que simplesmente são traduzidas para o português”. Essas normas são:

– NBR-ISO 7823-1, para chapas fundidas ou “cast” – Chapas de poli (metacrilato de metila) – PMMA: Tipos, dimensões e características – Chapas Fundidas (Cast);

– NBR ISO 7823-2, para chapas extrusadas – Chapas de poli (metacrilato de metila) – PMMA: Tipos, dimensões e características – Chapas Extrusadas, calandradas, e

– NBR-ISO 7823-3, para chapas de fundição contínua ou “continuous cast”.

Importação de placas de acrílico: Boa possibilidade, desde que a qualidade seja comprovada

João Vian explica que o ILAC sempre incentiva o uso de chapas acrílicas de produtores nacionais. “No Brasil possuímos toda a cadeia de produção, com capacidade instalada muito superior à demanda”. Mas, mesmo assim, o volume de importação é muito grande, como destacado nos dados do próprio ILAC.

Por isso, manter a qualidade das placas acrílicas importadas é fundamental. O executivo do ILAC salienta que as placas acrílicas importadas devem seguir as indicações técnicas do Brasil, pois são consumidas dentro do país.

Para comprovar a qualidade, importadores deveriam realizar análises em laboratórios brasileiros sobre as propriedades dos produtos importados para que possam ser comercializadas adequadamente. Os processadores ou clientes, por sua vez, deveriam solicitar tais laudos, visando comprovar a qualidade do material que estão adquirindo”.

O executivo explica que, infelizmente, as chapas acrílicas importadas – fora de norma – estão se tornando uma verdadeira praga no Brasil. “Estes são produtos que não entregam as verdadeiras e corretas propriedades do acrílico para os processadores. entregam somente preço, mas com baixa qualidade e valor do produto final”, complementa.

Para reduzir este sério problema, o ILAC tem um programa de qualidade para chapas acrílicas, como apresentado a seguir.

Programa de qualidade do ILAC para chapas acrílicas  

Depois de algum tempo estagnado, o ILAC está retomando seu programa de qualidade para chapas acrílicas. O programa é baseado em uma série de testes que seguem as normas estabelecidas pela ABNT e garante às empresas associadas aprovadas o direito ao uso do Selo de Qualidade ILAC.

Para usar o selo, os produtores e distribuidores de chapas acrílicas, associados ao ILAC, devem enviar uma chapa cristal de 2 x 1 metro, de 4,0 mm de espessura, ANUALMENTE, para o CCDM (Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais da UFSCar).

O CCDM realizará oito (08) ensaios nos corpos de prova, que serão retirados da chapa enviada e emitirá um laudo com os resultados obtidos.

A empresa associada deverá enviar uma cópia do laudo para o ILAC e caso os resultados estejam dentro dos requisitos da norma NBR-ISO 7823-1 o Instituto aprovará e divulgará o uso do Selo de Qualidade a ser utilizado pela empresa durante todo aquele ano.

O selo representa não apenas a conformidade com normas técnicas, mas também o compromisso das empresas com a qualidade e com a consistência da entrega, o que faz dele um diferencial desejável em um mercado tão competitivo como o de chapas acrílicas”, finaliza Vian.

Confira este artigo e veja quais são as tendências para o uso do acrílico em diferentes segmentos.