Controlar e saber quando aumentar ou reduzir estoque é um grande desafio para qualquer mercado. Para empresas do ramo de impressão digital, comunicação visual e estamparia têxtil, isso não é diferente. E, em um setor que depende fortemente de seus fornecedores e da otimização de processos, o menor desperdício pode ser impactante.

O equilíbrio entre a qualidade na entrega de uma peça gráfica ou uma boa estampa e a logística é um obstáculo constante. Na tentativa de prever demanda, muitos cometem o erro de estocar mais do que necessitam e sofrem financeiramente no médio prazo.

Mas, afinal, é possível reduzir estoque e manter um ponto de equilíbrio entre os processos de produção e entrega do produto sem atrasos? No artigo de hoje, falaremos mais sobre alguns dos fatores que influenciam na logística de um negócio. A partir disso, você poderá começar a estabelecer um planejamento mais claro de como reduzir estoque em sua gráfica ou bureau e não comprometer a qualidade do trabalho como um todo. Acompanhe a seguir.

O lead time e sua relação com a decisão de reduzir estoque

Talvez você não conheça por nome, mas deve vivenciar na prática. O aprovisionamento, ou lead time, é o tempo entre o começo e o fim de uma atividade. A compra de material, a prospecção de clientes, as ações de marketing de seu serviço, a demanda pelo orçamento de um projeto – quanto tempo você leva para que tudo isso ocorra de forma eficiente? Onde a decisão de reduzir estoque influencia nesse tempo investido?

Saber estruturar o lead time é o primeiro passo para que seu negócio possa ter uma melhor visão dos seus processos de negócio. Organize uma relação mensal de seus pedidos, matéria-prima, maquinário. Quanto tempo você demora para receber seus insumos? E, quando você tem esse material disponível, em quantas horas o trabalho é concluído?

A partir do momento em que você tem o cálculo do lead time, sabendo tempo de aquisição e período de manufatura até a entrega, consegue identificar o quanto reduzir seu estoque de modo custo-eficiente.

Ainda, nesse replanejamento, priorize as matérias-primas de maior saída, busque parcerias de estoque pronto direto com os fornecedores mais ágeis. Assim, sua operação ganha tempo e mantém uma consistência na qualidade de entrega para o cliente.

Em consonância, Luiz Antonio Junior, engenheiro de produção pela UFRGS e especialista em gestão da cadeia de suprimentos, recomenda que “para ter uma melhor gestão do estoque, é importante trabalhar de forma diferente com insumos diferentes. Deve-se classificá-los seguindo critérios como demanda, criticidade (custo ou perdas por sua falta), custo de armazenagem, entre outros, conseguindo desenvolver um modelo que garanta a operação mais eficiente e otimizada possível, baseada em uma administração de estoque enxuta e acurada”.

Produção puxada para ajudar a otimizar a gestão de estoque e a operação

Diferentemente da produção empurrada – que é estabelecida a partir do comportamento do mercado e que inicia mesmo antes de o cliente ter feito seu pedido – na produção puxada não se trabalha com estoques abarrotados e tem-se a operação centrada no cliente para dar início à produção.

Vera Cardoso, Consultora Sênior da Lean Services Consultoria, explica que “a produção puxada é uma técnica para diminuir desperdícios nos processos de produção. A adoção da produção puxada possibilita que um novo produto seja iniciado apenas quando há uma demanda específica do cliente. Com isso, cada processo ‘puxa’ as unidades produzidas no processo anterior. Isso traz como vantagem a oportunidade de minimizar excesso de produção e otimizar os custos de armazenagem, tendo-se um melhor controle de inventário ao longo de todo o processo produtivo. Assim, todos os recursos de produção são focados de forma eficiente, acelerando o processo produtivo e reduzindo os tempos de espera”.

Modelo just in time: otimização da produção e controle de estoque

Com origem na indústria automobilística japonesa, o just in time (JIT) busca a otimização máxima da produção sem prejudicar a qualidade. Para isso, novamente, é preciso ter um bom controle de estoque. Saber onde reduzir estoque e como melhorar a cadeia de suprimento é essencial.

No modelo just in time, além de reduzir estoque, você influencia todo um pensamento de otimização na produção em si. Determinados modelos de negócio, como um bureau que trabalha com uma carteira enxuta de clientes, podem aproveitar essa estrutura para buscar melhorias em seu processo produtivo, tendo uma gestão de custos mais otimizada.

Por outro lado, é importante saber ler o momento de sua empresa. Em uma demanda muito instável ou altamente sazonal, por exemplo, pode não ser tão vantajoso reduzir estoque e implementar um pensamento JIT: é preciso conhecer profundamente seu negócio, suas demandas, desafios, oportunidades e gargalos operacionais para optar pelo melhor caminho.

Com isso, será possível elaborar estratégias de como reduzir estoque e ainda assim entregar rapidamente o produto e manter a rentabilidade de sua operação.