O Talks FutureTêxtil se consolidou como um dos espaços mais importantes da FuturePrint, reunindo especialistas, designers e profissionais do setor para compartilhar conhecimentos, tendências e inovações que estão transformando o futuro da indústria têxtil.

Este formato dinâmico de palestras oferece aos participantes uma visão abrangente sobre as transformações tecnológicas, práticas sustentáveis e novas abordagens criativas que estão revolucionando a cadeia produtiva do setor.

Seja para empreendedores iniciantes ou profissionais experientes, o Talks FutureTêxtil representa uma oportunidade única de conexão com as mais recentes inovações e práticas do setor.

Confira alguns destaques do Talks FutureTêxtil na última quarta-feira.

Tecnologia e Impressão 3D abrem novos caminhos para a Moda

A tecnologia digital e a impressão 3D estão revolucionando o setor têxtil, criando oportunidades inovadoras para estamparia digital e design de moda. Na FuturePrint 2025, a designer de moda Carolina Cardoso Mesquita, representante da ABTT, apresentou a palestra “Estamparia Digital: A importância da tecnologia e inovação na estamparia”, destacando avanços tecnológicos que transformam os processos de criação e produção no setor.

Carolina enfatizou aplicações de IA em tingimento, estamparia e acabamento, junto com a adoção crescente de tintas ecológicas. Também destacou o uso de realidade aumentada, que permite visualizar estampas em tempo real, otimizando o desenvolvimento de coleções e reduzindo custos operacionais.

A apresentação mostrou aplicações da impressão 3D no setor têxtil, com exemplos de peças produzidas integralmente ou em partes, explorando diferentes níveis de rigidez, flexibilidade e textura. Entre os materiais utilizados estão TPU, PLA, nylon, silicone, elastano e compostos condutores, que viabilizam a criação de tecidos inteligentes e soluções de eletrônica vestível.

As vantagens da impressão 3D incluem produção sob medida, uso de insumos biodegradáveis ou recicláveis, e criação de estruturas geométricas que só seriam possíveis com essa tecnologia. Também ganham destaque as possibilidades de personalização de acessórios, bijuterias e peças técnicas.

Carolina pontuou os desafios que ainda limitam o uso da tecnologia, como a baixa escalabilidade da produção, falta de padronização de processos e materiais, escassez de insumos no mercado e limitações de respirabilidade em algumas peças.

Apesar desses obstáculos, a palestrante ressaltou que é possível iniciar na área com recursos acessíveis: “Hoje já é possível começar estudando por conta própria, com cursos disponíveis na internet, e investindo em uma impressora 3D caseira. O importante é experimentar, testar materiais e entender as aplicações no dia a dia da moda e da estamparia”, explica a especialista.

Entenda como otimizar os processos da sublimação nos negócios

Sarah Caldas, engenheira mecânica e diretora da DELPHOS com mais de 30 anos de carreira, falou sobre o equilíbrio entre custo e qualidade na sublimação. Ela enfatizou que, embora os custos devam ser equilibrados, as marcas precisam entregar produtos de qualidade, destacando o papel como um dos principais elementos para manter uma entrega de alta performance ao cliente.

“Mais que economizar tinta e papel, é preciso agregar valor com pesquisa de mercado, tendências e inovação em produtos e designer. É importante entender o gosto do consumidor brasileiro, porque não é mais aquela conta antiga 40% tinta, 40% de papel e 20% de máquina depreciada e energia”, disse Caldas.

Ela reforçou que há espaço no mercado, porém é necessário pesquisa e investimento inteligente para entregar qualidade e diferencial competitivo. Caldas destacou a importância do empreendedor em participar da FuturePrint: “O empreendedor tem que vir preparado com perguntas sobre assistências técnica, garantia, suporte em sua região e que registre as respostas como uma planilha de comparação.”

Como estampar em algo que já está estampado?

Lucius Vilar, graduado em designer de moda e especialista em estamparia há 15 anos, apresentou o projeto (RE)Estampa, que une sustentabilidade com ação social ao reaproveitar tecidos estampados descartados para o desenvolvimento de novas peças.

Vilar observou que os alunos chegam praticamente sem entender nada sobre costura, software e bordados. “Com o apoio da Brother o projeto proporciona aos alunos contato direto com máquinas de costura, bordado e corte eletrônico. Todo o processo é acompanhado por profissionais desde a digitalização dos desenhos até a produção final das peças”, explicou.

Além do aprendizado, o programa destaca a importância de reaproveitar os tecidos descartados pelas empresas têxteis. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil descarta mais de 4 milhões de resíduos têxteis por ano, o que ressalta a importância do (RE)Estampa.

“Um dos diferenciais do projeto é a sustentabilidade, tecidos descartados por tecelagens e importadoras são reaproveitados pelos alunos. Os participantes saem com um portfólio real, novas habilidades e possibilidade concreta de gerar renda com o que aprenderam”, destacou o designer.

Vilar também enfatizou a inclusividade do projeto, que recebe participantes de todas as idades, inclusive sem graduação. “O projeto mostra que mesmo antes da graduação é possível empreender, vender e sonhar alto, criando oportunidades reais a partir de conhecimento, inovação e colaboração com a indústria”, finaliza.

Ainda dá tempo de participar! 

Você ainda não se credenciou para a FuturePrint? Não perca tempo! O credenciamento continua aberto e você pode garantir sua presença neste evento que reúne o que há de mais inovador no setor de impressão.