Em comemoração ao mês da mulher, a FuturePrint preparou uma série especial: Mulheres Empreendedoras! Nela, entrevistamos mulheres que trabalham nesta indústria e fazem a diferença com seu trabalho, com a participação especial de nossas embaixadoras digitais, que também são empreendedoras dos setores presentes na feira.
Na primeira publicação, entrevistamos Mila Sanchez, que contou tudo sobre design de estampas! Desta vez, entrevistamos Mayara Calderone, especialista em sublimação e professora do segmento de produtos personalizados. Além de compartilhar sua experiência, Mayara contou sua paixão pela Silhouette, uma plotter de recorte e deu dicas importantes para mulheres que desejam empreender no setor.
Desafios do setor de personalizados
Segundo dados do Sebrae, cerca de 30% de empresas MEIs (microempreendedores individuais) encerram suas atividades em até cinco anos. Alguns dos motivos para a falência englobam a falta de conhecimento no setor de atuação, falta de planejamento e operação em inadimplência.
Um grande mercado de atuação é a venda de produtos personalizados. Com muita variedade entre os produtos que podem ser fornecidos, os empreendedores precisam se preocupar não só com resultados de qualidade, mas também com a administração adequada de seus negócios.
Mayara Calderone, que tem mais de 13 anos de experiência empreendendo e dando aulas no segmento, destaca que um dos maiores desafios do setor está na precificação e organização do negócio. “O maior desafio é tornar o negócio lucrativo, uma vez que não adianta só saber a parte prática e não estudar sobre precificação, principalmente por existir uma demanda diferente para cada tipo de personalização”, pontua.
A especialista também destaca o trabalho com personalizados como uma ótima maneira de trabalhar e vivenciar a maternidade de perto. “Iniciei no segmento há 13 anos, justamente pela necessidade de empreender e conseguir acompanhar o crescimento dos meus filhos, principalmente por não ter rede de apoio”, comenta.
Mas alerta sobre as dificuldades em equilibrar os dois setores da vida. “O grande desafio é conseguir conciliar essas duas tarefas, que já exigem uma demanda, sem que uma atrapalhe a outra”, finaliza.
Confira a entrevista de Mayara Calderone na íntegra a seguir!
Redação FuturePrint (FTP): Mayara, você tem uma vasta experiência como educadora a empreendedora, tendo já sido coordenadora e professora de cursos, conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional e o que a levou a se especializar nessa área.
Mayara Calderone (MC): Na área de capacitação, foi um desafio inicialmente. Eu nunca me imaginei capacitando pessoas. Já trabalhava no segmento, mas com produções, minha empresa criando itens personalizados de estamparia. E primeiro convite foi logo para ensinar em um programa de TV ao vivo, ali já enfrentei todos os desafios e me apaixonei por compartilhar conhecimento. Logo surgiram oportunidades em compartilhar esses conteúdos em feiras, há 10 anos atrás, e, em seguida vieram os cursos mentorias, onde mais me sinto feliz em atuar.
FTP: Você trabalha com sublimação, transfer laser e a plotter de recorte Silhouette. Como essas diferentes técnicas se complementam no mundo das personalizações?
MC: Inicialmente, comecei trabalhando com a Silhouette, inclusive me atendia muito bem em vários setores de estamparia. Mas as demandas e a minha curiosidade, me fizeram buscar novos horizontes. Nisso, entrou a encadernação, sublimação e depois de um tempo também me especializei em filmes de recorte, usando a Silhouette. Com o decorrer da evolução do mercado, surgiu o transfer laser e me apaixonei. Hoje já estou no mundo do DTF e estudando sobre gravação à laser e a CNC portátil.
FTP: Como educadora nesse setor, quais são os principais desafios que você observa entre seus alunos ao aprenderem essas técnicas de personalização? Além de cursos, você também oferece mentorias. Qual a importância desse acompanhamento mais personalizado para quem está começando ou querendo se aperfeiçoar nesse mercado?
MC: Vejo que o maior desafio é tornar o negócio lucrativo, uma vez que não adianta só saber a parte prática e não estudar sobre precificação, principalmente por existir uma demanda diferente para cada tipo de personalização. As mentorias são uma grande ferramenta para entender esse processo e aplicar de forma assertiva, no modelo de negócio desejado, principalmente empresas com vários funcionários, para que possamos padronizar os processos.
FTP: Você é uma grande incentivadora do empreendedorismo feminino e materno. Como sua experiência pessoal influencia essa parte do seu trabalho? E quais foram os principais desafios e aprendizados que você teve em sua jornada?
MC: Eu iniciei no segmento há 13 anos, justamente pela necessidade de empreender e conseguir acompanhar o crescimento dos meus filhos, principalmente por não ter rede de apoio. Sendo assim, enxergo que é possível manter uma liberdade financeira, sem abrir mão de exercer a maternidade de perto. O grande desafio é conseguir conciliar essas duas tarefas, que já exigem uma demanda, sem que uma atrapalhe a outra. Para isso, e necessária muita organização e foco, e não desistir no primeiro desafio. Com o tempo, as coisas vão ficando mais claras e assertivas para que isso seja possível.
FTP: Como você vê o futuro do mercado de personalizações, especialmente considerando as constantes inovações tecnológicas? Quais tendências você acredita que serão importantes nos próximos anos?
MC: Eu acredito que o mercado de personalização é muito promissor, principalmente por conta da constante evolução de técnicas e acessibilidade para todos, mesmo com baixo investimento.
Inclusive, uma grande tendência é terceirizar processos, como DTF e gravação à laser, para amplificar o mix de produtos a oferecer.
FTP: Para finalizar, que conselho você daria para mulheres que estão considerando entrar no mundo das personalizações, seja como hobby ou como empreendimento?
MC: Buscarem conhecimento, principalmente antes de investir. Entender qual real objetivo tem, para entender qual técnica será melhor para iniciar e amplificar conforme a demanda e interesse. Existem muitos conteúdos, inclusive nas feiras, que podem agregar para entender a vastidão desse mundo, e possibilidades de atender públicos diversos.
