Quando Camila Luana assumiu a liderança do Marketing da Serilon, uma das grandes distribuidoras de comunicação visual do país, não havia agência externa, nem manual pronto. Havia, sim, uma escolha estratégica: construir um time interno com domínio técnico, autonomia e atitude. “Queríamos um grupo que entendesse o negócio com profundidade – não apenas o que comunicamos, mas o que entregamos”, afirma. 

Com 14 anos de experiência em Marketing e uma trajetória que começou nas Vendas, Camila carrega uma visão pragmática e humana da liderança. “Vendas me ensinou a entender pessoas, ter senso de urgência e reconhecer o que o vendedor espera do Marketing como parceiro de resultado”, diz. 

A seguir, Camila fala sobre sua trajetória, os desafios de liderar em um setor técnico, o papel da mulher na indústria da comunicação visual e como construiu uma gestão baseada em ética, confiança e autonomia. 

Esta entrevista foi feita para inspirar você, leitor do FuturePrint Digital, a enxergar novas possibilidades no mercado de impressão digital, valorizando o protagonismo feminino e a força da liderança com propósito. Boa leitura! 

Como a experiência em Vendas moldou sua atuação como líder de Marketing? Foi decisiva. Quando você está na ponta, entende o que move o cliente, o que trava uma negociação e o que faz um produto ser percebido como valor ou como custo. Essa vivência me ensinou a ser pragmática: antes de qualquer campanha, olho o impacto comercial e como conseguimos trazer resultado real para a empresa. 

Quais os principais aprendizados ao liderar o Marketing da Serilon sem apoio de agências externas? Foi um salto enorme em autonomia e aprendizado. Nosso segmento exige conhecimento técnico sobre materiais e nichos específicos. Formamos um time maduro, com domínio técnico e alinhamento cultural. Hoje, falamos a mesma língua do Comercial – e isso é um dos nossos maiores diferenciais. 

Como o Marketing pode valorizar a comunicação visual em um setor técnico? Traduzindo o técnico em linguagem acessível. Atuamos com produção de conteúdo – blog, vídeos, bate-papos com especialistas – sempre focando em gerar valor antes de vender. O conhecimento é nossa principal ferramenta de atração. 

Como mulher em posição de liderança, que barreiras você enfrentou? Enfrentei desafios sutis, muitas vezes normalizados. A cultura da empresa faz toda a diferença. Na Serilon, temos mais mulheres em cargos de liderança do que homens, e isso reflete uma cultura real de valorização e respeito. 

O setor de comunicação visual está mais receptivo à presença feminina? Sim, vemos mulheres liderando equipes, empresas e áreas técnicas. Na Serilon, por exemplo, a gestão logística é liderada por duas mulheres que coordenam equipes majoritariamente masculinas com excelência. Cultura empresarial muda o jogo. 

Qual o impacto de ter mulheres em cargos estratégicos? Mulheres trazem disciplina, capacidade resolutiva e um diferencial humano na liderança. Isso fortalece projetos, resultados e a cultura da empresa. Celebramos conquistas umas das outras, sem competição negativa, e isso transforma o ambiente de trabalho. 

Que mensagem você deixaria para mulheres que estão começando na indústria da comunicação visual? Entre onde ninguém espera que você esteja, com preparo e posicionamento. Busque conhecimento, mantenha firmeza nas escolhas e humildade nas conquistas. O mercado tem espaço pra quem se destaca pelo que entrega, não pelo que dizem que é lugar de mulher.