Fabrizzio Topper, CEO DRIVEN.cx e VP de Varejo Digital POPAI Brasil
O mundo está mudando rápido e de forma talvez muito menos focada em tecnologia neste momento e muito mais comprometida com rediscutir o papel das empresas na sociedade… não importa se são startups ou mega corporações, estamos todos precisando assumir novos papéis para construir uma sociedade mais justa economicamente, mais balanceada em suas diversidades e especialmente mais engajada na melhoria do mundo ao seu redor e no qual extrai valor.
Pude ouvir CEOs, CMOs, CTOs e CSOs de algumas das maiores potências do mundo, desde MICROSOFT, UBER e IKEA a WIKIPEDIA e JPMORGAN e a questão principal é sobre Ética na gestão dos dados e sobre propósitos mais elevados na construção de experiências mais significativas e não apenas mais relevantes. Estamos vivendo um momento aonde a grande transformação é a de valores de uma sociedade que ganhou o poder de definir o mundo que deseja para si, por meio das escolhas que faz, desde produtos e serviços que consome até os conteúdos que propaga e produz.
Estamos experimentando um momento em que força da convicção, colide fortemente com a crise de confiança generalizada em uma sociedade que se sente manipulada e invadida pelo universo digital, ao mesmo tempo que espera customização individual do que recebe do meio ao seu redor. Vamos precisar refazer os laços de confiança uns com os outros e para as empresas significa deixarem de pensar como corporações e entidades executivas, para pensarem pura e simplesmente como pessoas que se sensibilizam com as necessidades e questões das outras ao seu entorno.
Todos nós precisamos despertar para o fato de que o que temos a oferecer para os outros não são apenas produtos ou processos melhores de consumo, e sim transformação pessoal por intermédio de conhecimento lido, vivido, experimentado e não apenas fornecido de forma fria e incapaz de se adaptar ao indivíduo, em seu contexto de absorção ideal, o que de forma objetiva significa que tudo que tocar a todos nós, precisa ser capaz de atender necessidades objetivas, mas acima de tudo precisará nos “tocar” naquilo que suporta nossos propósitos e buscas pessoais.
A transformação é social e a sociedade digital é global… estamos presenciando uma mudança pela primeira vez simultânea e homogênea nesta visão compartilhada do mundo ideal, ao mesmo tempo que sob o ponto de vista de infraestrutura, cultura e maturidade digital, cada continente e nação, vive seus desafios particulares na corrida do ouro digital e sermos capazes de potencializarmos os valores desta nova sociedade, adaptando a atuação empresarial para entregar valor, contribuindo para melhorar regionalmente a vida cotidiana, passa a ser o principal objetivo daqueles que são e serão os verdadeiros agentes da transformação da era digital.
O digital não é a resposta, a união e um mundo conectado por propósitos mais nobres é que é. Façamos nosso papel enquanto peças deste tabuleiro global da melhora das condições de vida dentro de uma sociedade que agi para o bem do todo e não apenas para ganhos individuais. Não estou falando sobre deixar de forçar em lucro, estou falando de criar lucros econômicos sobre construções comerciais capazes de gerar valor no entorno social dos seus modelos de negócios.
Fique ligado, continuação no próximo artigo a ser publicado.