Empreender na moda nunca foi sobre talento. Quem veio da indústria têxtil sabe bem como ela funciona de verdade. É totalmente diferente do que prega a faculdade de moda.
A verdade é que sempre foi sobre constância, paciência e DECISÃO. Sem firula, ou, no mínimo, com menos firula.

Minha trajetória começou no ano 2000, dentro da indústria têxtil. Não comecei empreendendo. Comecei aprendendo. Entendendo processo, limitação de produção, prazo e o que a indústria realmente espera de um designer: fazer o que precisa ser feito!

Em 2005, enquanto era designer de moda e estampas dentro de uma confecção, surgiu uma oportunidade de fazer uma renda extra: criar estampas licenciadas do Sítio do Picapau Amarelo para uma outra empresa, fora do horário de trabalho e eu abracei. Fazia depois da faculdade e nos fins de semana!

Em dois meses, aquela renda extra começou a superar o meu salário fixo que era bem legal. Não foi sorte. Foi dedicação, entrega e uma mistura de erros e acertos que deram certo. A decisão de sair do emprego veio quando os números fizeram sentido. Em junho de 2005, 2 meses após ter aceitado a renda extra, passei a atuar exclusivamente como designer independente e sigo assim até hoje.

Desde então, trabalho com criação de estampas e desenvolvimento de coleções para marcas de moda com volume. Vi a indústria mudar, as ferramentas mudarem e, principalmente, a forma de captar clientes mudar. E é sobre isso que eu quero te contar!

Hoje, quem quer empreender criando para marcas precisa entender uma coisa básica: tudo comunica!!

Antes, o contato vinha por telefone ou indicação direta porque não tinha rede social e essa enxurrada de conteúdos que temos hoje.
Mas hoje, a indicação continua existindo, só que, antes de entrar em contato a marca pesquisa você: coloca seu nome no Google, olha suas redes sociais, analisa como você se apresenta, o que você posta e como você fala do seu trabalho. Só depois disso vem a conversa.

Por isso, o caminho para atrair clientes hoje passa por alguns pontos bem claros que é preciso falar:

  1. Defina exatamente o que você vende
    Você não faz de tudo. Ex.: Se você cria estampas, defina um nicho. Foque nele, se torne especialista nesse nicho e os clientes certos irão te procurar porque você resolve problemas específicos. As marcas contratam pessoas para resolver problemas!
  2. Mostre processo, não só resultado
    Marca quer segurança. Apresentar seu processo gera confiança.
  3. Tenha presença digital “profissional”
    Não é sobre viralizar e fazer dancinhas (não faça papel de bobo na internet mesmo que todos estejam fazendo). É sobre parecer confiável quando alguém te procura.
  4. Seja constante
    Quem aparece uma vez e some não constrói nada.
  5. Procure aprender com quem vive o que você quer viver e não gurus de chatgpt!
    Não pense que serão flores pelo caminho ou que nunca vai errar, mas se você buscar ajuda com quem realmente trilhou o caminho, vai encurtar sua jornada. Parece frase de efeito, mas é a pura realidade!

Hoje, além de criar, também ensino. Porque vejo muita gente desistindo cedo demais, achando que não consegue, quando na verdade só não ficou tempo suficiente no jogo ou parou quando se comparou com os outros na internet.

Sabe, aprendi que empreender na moda é construção.
Quem trata como profissão, e não hobby, permanece!