Eu gosto muito de fazer um paralelo quando falo de conhecimento: uma certa vez, em um treinamento do antigo Projeto RYLA do Rotary Club, eu tinha meus 16 anos (faz tempo kkk), uma palestrante, que não me recordo o nome, falou o seguinte: “conhecimento é como se fosse uma ferramenta, você vai carregando todos eles em uma mochila bem pesada nas costas, mas não adianta ter um monte de ferramentas e não usá-las!”.
Até hoje eu carrego e reflito sobre esta fala, e vou compartilhar com vocês o quanto o conhecimento, se bem usado, tem a capacidade de mudar realidades.
É assustador o quanto as pessoas têm bloqueio, travas e até medo de falar em finanças, de fazer contas, de interpretar dados. Nos meus atendimentos e consultorias as pessoas querem um parâmetro, um número para seguir e falar que isso precisa ser o mínimo.
Quando começo a mostrar para eles que Finanças, que gestão de empresas não é um monstro, que não dói — pelo contrário, ela facilita a vida e a tomada de decisões —, a realidade deles muda.
A grande maioria dos meus clientes, algo em torno de 80%, me procura por estar “ferrado” financeiramente, sem saber o que fazer com seu negócio, e quando começamos os trabalhos a parte mais legal é que eles mesmos conseguem resolver e fazer seu negócio se desenvolver, recuperar e crescer.
Quando falamos em Finanças, precisamos ter um mínimo de conhecimento. Não tem jeito, ao menos precisamos saber a diferença de custo e pagamento, recebimento e venda, fixo e variável, lucro e prejuízo, investimento.
Para ilustrar um pouco, recentemente uma cliente me procurou para abrir uma segunda unidade do negócio dela, pois para ela estava tudo bem, queria expandir. Questionei se ela apurava o lucro para poder projetar a análise da viabilidade dessa segunda unidade. Para meu espanto, ela não sabia se o negócio dela dava lucro.
Então montamos o DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício) da empresa, e surpresa: a empresa não tinha lucro e sim prejuízo. No primeiro momento ela se assustou, mas tentei acalmá-la e dar a ela segurança para resolver aquela situação. Ela se apropriou do conhecimento, usou-o como ferramenta e, hoje, o negócio dá lucro — e detalhe, ela postergou a abertura da nova unidade para que o investimento venha do lucro da operação atual.
Em outro caso, o cliente não tinha ideia do como precificar o seu produto, achava que precisava sempre ser o mais barato pois, segundo ele, “o cliente sempre quer o mais barato”. Mostrei a ele como é a composição de um bom preço, trabalhamos o pilar financeiro, estratégico e o de marketing, e surpresa: ele deixou de ser o mais barato, triplicou a margem de contribuição média (parte do faturamento que entra para pagar os custos e despesas fixas e gerar lucro) e, ainda assim, conseguiu aumentar as vendas em torno de 45% do 3º trimestre deste ano comparado com o segundo.
O mais interessante sobre o poder do conhecimento é que estas pessoas não só o adquiriram, mas usam ele.
Isso é o que faz toda a diferença. O que você faz com o conhecimento que você detém?
Não adianta fazer um monte de cursos, leituras, ver aulas e vídeos, só vai ficar com a “mochila pesada”; precisa saber utilizar, colocar em prática.
Por isso te desafio a usar o que tem aprendido nesta coluna a aplicar no seu dia a dia, e vamos ver os resultados surgirem!
Felipe Chiconato atua há mais de 12 anos com orientação e gestão de negócios. É especialista em Finanças Empresariais e Planejamento Estratégico. É bacharel em Administração, MBA em Gestão Financeira Avançada pela Universidade Paulista e pós-graduado em Gestão de Micro e Pequena Empresa pela Fundação Getúlio Vargas. É sócio da empresa Empreenda 360º, focada em soluções digitais e consultorias em gestão financeira e planejamento estratégico de micro e pequenas empresas. Felipe também é criador de conteúdos e atua como palestrante em diversas feiras e eventos, como a FuturePrint, Concrete Show, Feira do Empreendedor do SEBRAE, PET South America, entre outras.
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