Claudia Taitelbaum | Ceo Exhimia
O Varejo físico já vinha sofrendo ameaças muito antes da pandemia, o crescimento das compras on-line, shoppings desatualizados, gostos instáveis das novas gerações e o fechamento de algumas lojas de departamento já preocupavam.
Como ponto forte os varejos traziam a experiência, atendiam às necessidades dos consumidores de tocar e testar produtos, comparar marcas, acessar o que queriam comprar com facilidade e fazer a escolha.
Por quase 90 dias as lojas ficaram fechadas, com as restrições diminuindo, varejistas e profissionais de design e arquitetura estão redesenhando as lojas, trazendo soluções para torná-las mais seguras e eficientes. O grande desafio é manter a experiência agradável, para estimular os consumidores, de forma segura.
Veja algumas mudanças nas lojas, que acredito se tornarão comuns, daqui para frente:
1. Compre e retire
Como haverá capacidade limitada de pessoas nas lojas, os varejistas terão que investir na preparação do exterior da loja como um ambiente ideal para que os clientes possam buscar suas compras.
Assim como está acontecendo nos restaurantes, o atendimento do lado de fora da loja oferecerá um recebimento sem contato dos pedidos on-line.
2. Atendimento na área externa da loja
Os vendedores de fora da loja processarão as solicitações diretas para o consumidor, atendendo a pedidos já feitos anteriormente ou novos, entregando as mercadorias do lado de fora, para que o comprador não precise entrar no ambiente da loja, se não quiser.
3. Filas com distanciamento social
Com a regra de distanciamento de 1m entre cada pessoa, o ideal é que as lojas coloquem marcações indicando onde os compradores devem ficar enquanto aguardam do lado de fora antes de entrar na loja, para manter a distancia ideal.
4. Vitrines interativas
As vitrines e os displays externos devem oferecer muita tecnologia e inovação. A apresentação externa, para quem está passando pela loja, aguardando na fila ou para os que estão esperando por suas compras on-line, deverá apresentar telas, displays de produtos, banners de ofertas e outras tentações para atrair e entreter os consumidores.
5. Verificação de temperatura
Os consumidores do mundo todo foram bombardeados com mensagens sobre medidas de saúde e segurança, e a verificação de temperatura tende a ser uma faceta crítica do novo varejo, tanto para tranquilizar os consumidores quanto para atender aos padrões de segurança exigidos pelos funcionários.
6. Display para máscaras e luvas
Pode chegar um momento em que será impossível lembrar quando as máscaras estavam em falta. Esqueceu o seu no carro? Não se preocupe, basta pegar uma máscara nova antes ao entrar na loja.
7. Higienização das mãos
Os potes soltos de álcool gel sobre as bancadas aos poucos estão sendo substituídos por instalações permanentes, esteticamente mais agradáveis e eficientes com totens de álcool gel com acionamento por pedal ou sensor e suportes de parede.
08. Caixas
As filas para o caixa podem se tornar coisa do passado, teremos pontos de pagamento nas áreas internas e externas que devem substituir parcialmente os pagamentos como conhecemos hoje, para evitar a aglomeração indesejada.
09. Pontos de coleta on-line
Dentro das lojas existirão espaços de coleta de produtos comprados de forma on-line, trabalhando em conjunto com as compras feitas na área externa da loja. As estações de coleta on-line podem estar localizadas na loja, do lado de fora ou em um compartimento separado
10. Planta simplificada
Com corredores mais amplos e plantas baixas mais simplificadas espera-se que os produtos e compradores nas lojas fiquem mais espaçados. Como consequência, a quantidade de gôndolas e prateleiras precisarão diminuir.
11. Novo fluxo nas lojas
Velocidade, distanciamento social e fluxo definirão a nova experiência no varejo. As novas plantas baixas devem garantir a segurança e a satisfação do comprador.
Muitas sinalização nos corredores ajudarão a direcionar os consumidores para a seção que desejam no menor espaço de tempo, é necessário agora pouco tempo gasto em percursos, o que não acontecia antes.
12. Barreiras de proteção
As placas transparentes de PS ou acrílico, que estão sendo rapidamente colocadas nas lojas, podem ser substituídos por caixas transparentes projetadas como se fossem parte integrante do layout.
13. Pagamento sem contato
Os sistemas de chips e pagamentos por cartões de crédito no sistema “tap-and-go” que concluirão a compra só por aproximação ou pelo celular se espalharão, eliminando a transferência de vírus em telas sensíveis ao toque, blocos de anotações, canetas e pagamentos em dinheiro.
14. Retirada de mercadoria
A transação final automatizada limitará o contato ou a reduzirá o distanciamento entre funcionários e consumidores. Os varejistas têm a chance de melhorar as estações de retirada de mercadoria que já existente nas farmácias e supermercados.
15. Experimentação de produtos
As novas soluções digitais serão cruciais para experimentação de produtos. A forma como conhecemos hoje com os testers de cosméticos por exemplo, deverão ser substituídos por testers virtuais e demais formas de verificarmos os produtos, sem que tenhamos que ter contato com eles.
16. Funcionários mascarados e com luvas
Os funcionários precisarão se proteção em tempo integral e, a longo prazo, o conforto e a aparência serão muito importantes. A máscara face shield chega como uma tendência, aliada a máscara de pano.
17. Funcionários como guardiões da segurança
Os funcionários precisarão se dedicar a manter o ambiente seguro, controlar o uso de máscaras, a quantidade de consumidores no ambiente, além de manterem o espaço higienizado e limpo para segurança do consumidor.