Os aplicativos que usamos não mais estão em nossas máquinas. As máquinas que compramos podem ser influenciadas, desligadas e remexidas remotamente pelos seus fabricantes, governos e hackers. Estampas digitais são sequências de bits que se materializam somente quando são impressas com tinta em uma roupa. Postadas no mercado digital, voltam à condição de amostras de bits. Robôs de pesquisa por voz, por imagem e padrões de comportamento, observam, escaneiam e registram as reações, a excitação dos olhos, dúvidas e assentimentos das mais de 2 bilhões de pessoas que perambulam e vasculham a internet toda noite, que passeiam por corredores de shoppings, entram em lojas, experimentam, compram, não compram.
Tudo que acionamos na Internet é registrado para fins comerciais e de segurança e se passamos um cartão de crédito e damos Enter em uma compra, robôs nos marcam como alvo de propaganda dirigida às nossas preferências. Se falamos em um smartphone, ou perto dele, nos escutam e penduram mais informações em nossa identidade. Descuidados, nunca mais estaremos a sós.
Em muitos países ai de quem quebrar as regras e leis. Os cidadãos e visitantes são registrados por câmaras digitais inteligentes penduradas nas portas de entrada e saída do país, lugares públicos e lojas. No mundo todo, o que o registro fotográfico inteligente não pega, o cartão de crédito, aplicativos da Internet pegam. Na China até mendigos tem cartão de crédito para pedir esmolas. Falta pouco para que vendedores das lojas que entrarmos em qualquer país do mundo, simpaticamente, nos chamem pela palavra mais importante aos nossos ouvidos: nosso nome.
A estamparia digital é comandada pela inteligência artificial e parte intrínseca da Internet. Fora dessa teia ela não existe.