Com a base estabelecida na década de 1950, a impressão Jato de Tinta (ou inkjet) cresceu junto com a computação gráfica alavancada pela Adobe e sua linguagem postscrip e os softwares Photoshop e Illustrator. No paralelo o programa CorelDraw abriu as portas da estamparia com imagens reticuladas e de alta definição para muitas empresas de menor porte. Correram pelo menos 40 anos até que a estamparia inaugurasse a fase da impressão direta da tela do computador para o tecido. No meio surgiram as opções de impressão de fotolitos inkjet como alternativa aos fotolitos fotográficos. Hoje o fotolito está praticamente extinto neste meio e as gravações de telas serigráficas podem ser feitas com inkjet direto na tela, laser ou laser BluRay. ArtZone trouxe a tecnologia Bluray de gravação de quadros e cilindros para o Brasil.
Inauguramos a nossa empresa de consultoria ArtZone Arte & Tecnologia em 1988 com um contrato realizado com uma grande empresa de Santa Catarina. O objetivo era instalar o processo de impressão de CMYK e Indexado serigráfico, e no final, alinhar o desenho criativo e técnico com a estamparia. Vim da Fundação Escola Guignard de Belo Horizonte (MG), onde eu era professor de serigrafia e diretor executivo, e de uma estamparia que tínhamos também em BH. Dominávamos o processo.
Constava no pacote a modernização da gravação de quadros via fotolito, atualização do laboratório de tintas, e posteriormente, instalar uma impressora rotativa Zimmer para substituir uma impressora de quadros de 220 cm de largura. Concluímos o projeto com sucesso e o contrato foi mais uma vez estendido para definir e colocar em marcha uma impressora CMYK digital de prova direta no tecido. As estampas eram impostas em peças cortadas que eram montadas para aprovação do Estilo e do Comercial. A estampa em quadricromia era finalizada na Serigrafia reticulada com resultados muito melhores que a digital. As máquinas carrossel Schenk e MHM desta empresa possibilitaram o grande passo na produtividade da serigrafia que mudava sua estrutura do manual para o automatizado. Consta que a primeira máquina serigráfica carrossel manual foi inventada em 1960 pelo empresário e engenheiro norte americano Micheal Vasilantone. Após anos e anos de evolução chegamos hoje nas impressoras ovais híbridas serigrafia /digital.
Graças a esses contratos de Santa Catarina, ArtZone introduziu a serigrafia assistida pela segunda versão do Photoshop e pela linguagem postscript da Adobe Systems Incorporation transcrita para fotolitos reticulados. Chutamos alto na época com linhatura de 80 Lpi e acertamos o gol muitas vezes. (Hoje a serigrafia utiliza basicamente retículas mais grossas, de 50 a 60 Lpi). Por um tempo, ArtZone cedeu a tecnologia para esta empresa pioneira da impressão de meios tons e foi um sucesso que fez história.
Em uma outra empresa de Santa Catarina, já avançados nos anos de 1990 para 2000, vivemos a segunda experiência direta da ArtZone com a impressão digital. Assistida por nós, a empresa adquiriu duas impressoras rolo a rolo com tapete curto para impressão digital direto no tecido. Graças a cabeça de impressão Epson piezo elétrica, vovó de todas as cabeças micro piezo elétricas de hoje e às primeiras tintas de corante Reativo, o resultado mostrou ser o caminho para a estamparia digital têxtil atual. No têxtil as bubblejet pararam naquele tempo. A velocidade de impressão com corante Reativo era 1 metro por hora e hoje estamos na casa de centenas de metros e até mais de mil / hora. Este projeto tinha dois objetivos: 1- Conhecer a tecnologia inkjet nascente e gerar provas digitais direto no tecido para posterior impressão em serigrafia rotativa.
Estas são duas das poucas histórias da estamparia pioneira digital têxtil no Brasil e até hoje a Serigrafia e a Impressão Jato de tinta continuam no cenário de grandes e pequenas empresas cooperando uma com a outra. Todos os desenvolvedores e fabricantes de tudo que todos nós conhecemos hoje de impressão digital têxtil, partiu deste caminho humilde, também trilhado pela ArtZone.