Assim como outros setores produtivos, o segmento têxtil também já entendeu a necessidade de se adequar ao modelo de produção trazido pela Indústria 4.0, como uma forma de preservar e aumentar sua competitividade. Mas antes de escolher quais tecnologias adotar, analisar a realidade e necessidades desse mercado é fundamental.
“O setor têxtil é um dos que mais se beneficiará com a revolução da Indústria 4.0, pois precisa de customizações em grande escala para atender aos desejos dos consumidores”, afirma Douglas Vieira, diretor executivo da Enacom.
Além disso, o segmento tem o grande desafio de buscar a inovação constantemente e torná-la economicamente viável e atrativa para os clientes.
Nesse sentido, a Indústria 4.0 permite às empresas investirem em inovação e implementarem as tecnologias com sucesso. Além disso, é possível obter um conhecimento muito maior acerca de todo o processo produtivo e torná-lo mais eficaz e autônomo. Dessa forma, a indústria têxtil consegue produzir peças personalizadas, mas sem perder a margem de lucro ou a grande escala, resultando, assim, em benefícios para ambos os lados.
Para Marco Erich Tanaka, diretor de inovação da Prodwin, apesar de a Indústria 4.0 compreender a integração de diferentes tecnologias com sistemas cyber-físicos, pouco se fala sobre a mudança na forma de enxergar o negócio: “é preciso promover uma mudança de mindset de todos os colaboradores, inclusive do corpo diretivo, para que seja possível traçar e implementar um planejamento estratégico”, afirma.
Investimentos certos para aumentar a competitividade
É importante frisar que a Indústria 4.0 oferece uma série de caminhos para que o segmento têxtil melhore a produtividade e incorpore mais inovação. No entanto, o grande desafio está em realizar os investimentos certos para que o retorno seja conforme o esperado.
Para tanto, é importante mapear a empresa e identificar os gargalos e pontos a serem melhorados. Assim, será possível entender o que pode ser aprimorado dentro do que já existe e o que precisa ser adquirido.
Vieira recomenda começar com pequenos projetos, chamados de Prova de Conceito, para a validação da tecnologia na situação real: “é fundamental buscar projetos que possam dar vantagens competitivas únicas e disruptivas.”
Já para Tanaka, é fundamental focar na digitalização por meio de “um bom sistema de coleta de dados e monitoramento das máquinas em tempo real, e que ofereça integração com as próximas etapas (visibilidade, transparência, preditiva e adaptabilidade) da Indústria 4.0.”