Manuel Niggli
Executivo de Negócios Internacionais | FuturePrint 

“Inovação” é a palavra que se adequa perfeitamente ao mercado de serigrafia, comunicação visual e têxtil. E ainda esse movimento de novidades seja uma constante, ele foi, inegavelmente, acelerado. Prazos criativos foram forçosamente encurtados para que pudéssemos suprir a demanda de proteção, distanciamento social, isolamento seguro etc. Mas de quais tendências estamos diante? O que os clientes e o mercado estão pedindo – e como atender a essas demandas? Listo abaixo as respostas!

Totens (que também são dispensers de álcool em gel)

Essa estrutura sempre na localização de quem visita eventos ou locais como shopping centers e parques; para apresentar ofertas ou destacar ações sazonais em supermercados etc. Mas com a covid-19 ganhou uma nova funcionalidade: dispenser de álcool em gel. Isso, no entanto, não cancela a “antiga” funcionalidade. Ainda é possível utilizar o equipamento como plataforma de localização e promoção aliado à solução de higienização – o que também acaba se tornando uma ação educativa de prevenção em tempos de covid-19.

Sustentabilidade

Consumidores e empresas estão puxando essa demanda por insumos, mídias, substratos etc. que causem menor impacto ambiental, mais “limpas”. Uma das opções é usar por exemplo o plástico em totens, basicamente por ser resistente e reciclável.

Outra solução pode ser uma maior utilização de tecidos como poliéster para o desenvolvimento de painéis e banners de uso contínuo. Algumas das vantagens aqui são o resultado mais equivalente ao projeto digital, acabamento, redução de custos de impressão e maior durabilidade da peça. Essa opção tem sido utilizada na substituição de lonas.

Impressão digital

Comparada com outros métodos, a impressão digital apresenta diversas vantagens, em parte pela facilidade em produzir números reduzidos de cópias – podendo ser uma única peça – mantendo preços econômicos. Pesquisa da Smithers Pira sugere que o mercado global de estamparia digital aumentará para 4,9 bilhões de euros (4,22 bilhões de libras) até 2023, num crescimento de 11,6% ao ano.

Quando falamos de tecnologia de impressão digital para tecidos, não falamos apenas da sublimação (de pequeno ou grande formato), mas também de máquinas DTG (direct to garment), que estampam diretamente em peças de vestuário, e equipamentos de porte industrial que empregam tintas pigmentadas, reativas, ácidas e dispersas, para estampar todo tipo de material têxtil.

Na impressão digital o desenho “passa diretamente” do computador para a superfície, isso facilita o processo de personalização da peça. Imagine produzir uma série de camisetas para a formatura de uma escola ou faculdade na qual é necessário manter o desenho daquela instituição e turma, mas mudar o nome dos alunos. O que nos leva para o próximo item:

Personalização

Tecnologias digitais para personalização estão cada vez mais viáveis, sofisticadas e difundidas – tendência que vai continuar pelos próximos anos. Equipamentos inkjet UV, sublimáticos e de impressão direta podem transformar simples objetos em itens com altíssimo valor agregado.

Esse movimento pode transformar bureaus em negócios de prestação de serviço local, atendendo consumidores do bairro, região ou cidade onde esteja localizado. Perceba que falamos somente de “personalizar imagens”, mas de prover todo um serviço pessoal e exclusivo. Um mercado que cresce com a personalização é o de decoração!

Quem procura por um sofá, pode ter algo exclusivo. A estampa do móvel pode combinar com outros objetos e com o próprio ambiente decorado por papéis de parede estampados digitalmente; mercado que deve crescer 23,6% ao ano, entre 2020 e 2025, quando o valor total desse mercado supracitado chegará a 10,4 bilhões de dólares, segundo pesquisa da Energias Market Research.

Lembra que no começo deste artigo falei sobre “sustentabilidade”? Então, segundo a Epson, em 2018, a impressão digital em tecidos poupou mais de 40 bilhões de litros de água em todo o mundo, pois utiliza menos tinta e reduz drasticamente os volumes de resíduos poluentes em comparação aos processos tradicionais afinal dispensa várias etapas produtivas.

Já no caso da serigrafia, teremos que aprender a trabalhar sob demanda: estoques menores, mais rapidez no atendimento e entrega de produtos, melhor uso de insumos – evitando excessos e desperdícios, além disso precisamos lembrar que devido à covid-19 estamos trabalhando com novos produtos: máscaras faciais, face Shields e aventais de proteção, mas que esses substratos já são nossos conhecidos: tecido e acrílico, por exemplo.

E com isso (a covid-19) a serigrafia caminha para além das tendências de estilo; se vamos trabalhar com animal print, estampas dos anos 1980 ou 1990, branco e preto, estonado, luminoso etc. Pesquisas de instituições de ensino e de empresas apontam para a função biológica das estampas: alteração de temperaturas, reações químicas, presença de enzimas etc.

Neste segundo semestre de 2020 e durante boa parte de 2021, veremos tendências que vinham sendo testadas serão impulsionadas e colocadas em prática rapidamente – em um mercado que também está se movendo mais rápido do que estamos habituados. Bem-vindos a um mundo mais dinâmico, ávido por inovações e com maior possibilidade de testes e descobertas!

Esse conteúdo é parte da Semana Digital FuturePrint 30 anos, que acontece de 20 a 24 de julho. Se inscreva e confira outros conteúdos exclusivos gratuitamente!