A pandemia trouxe ao mercado a necessidade de se reinventar. E essa reformulação não se limita apenas ao nicho de atuação – ela torna-se mais ampla, pois demonstra uma necessidade de explorar novas formas de fazer negócio, de se apresentar ao público de interesse e de trabalhar a imagem da empresa a favor de melhores resultados. Nesse contexto, a comunicação visual ganhou muita força.

Diante disso, marcas conhecidas usaram esse período de pandemia para a criação de uma nova identidade, algo que modificasse a sua imagem junto ao consumidor, obtendo melhor alinhamento de valores e contribuindo para melhores resultados. A rede de fast-food Burger King é um exemplo disso, assim como a orla da cidade de Maceió (AL).

A mudança da marca Burger King

Depois de mais de 20 anos com a mesma identidade, o Burger King apresentou um novo visual, com influências retrô, utilizando cores quentes inspiradas em sua “comida real”.

Uma das intenções da rede com a novidade foi fazer com que os clientes percebessem cores “ricas e ousadas”, em sua comunicação e uma nova fonte personalizada chamada “Flame”, mudanças feitas objetivando aproximar mais o cliente do produto, pois foram inspiradas nas formas de suas comidas características.

A mudança na marca está sendo feita em todas as unidades espalhadas pelo mundo – que somam quase 19 mil. E isso oferece oportunidades para diversos fornecedores, como os de comunicação visual.

Orla de Maceió: projetos especiais de redesign oferecem espaço para profissionais de comunicação visual

Ações sazonais também proporcionam espaço para fornecedores dessa área. Um exemplo disso, foi a recente campanha Verão Arretado, promovida pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) de Alagoas.

Para divulgá-la e fortalecê-la, foram produzidas diversas peças com a identidade visual do projeto, incluindo aplicações em cadeiras e ombrelones com a marca e as cores da campanha.

Nesse tipo de iniciativa, que costuma ter renovação periódica de marca da campanha, há diversas oportunidades para fornecedores de comunicação visual.

Para aproveitá-las, é fundamental estabelecer uma boa rede de contatos, ter um portfólio e cases para apresentar ao cliente e, no caso de projetos governamentais, pesquisar e se preparar para lidar com processos de licitação para escolha de fornecedores.

Como a renovação de marca abre portas para profissionais da comunicação visual?

A força de uma marca é construída ponto a ponto. É por meio da padronização e consistência de sua aplicação que a identidade visual ganha lugar na mente das pessoas. O padrão cria uma associação imediata com a marca.

E isso, traduzido para o mercado, representa uma grande oportunidade para fornecedores de comunicação visual. Afinal, todos os materiais impressos anteriores precisarão ser trocados e novos, comunicando a novidade, deverão ser produzidos.

A designer da unidade Senai Theobaldo de Nigris, Camila C. Tomas, explica em mais detalhes esse processo.

“Quando uma marca trabalha o redesign de sua identidade visual, é necessário atualizar todos os seus pontos de contato para manter a linearidade. Neste momento, peças de comunicação visual devem fazer parte, abrindo um leque de oportunidades para os profissionais da área”, pontua.

A especialista também aponta que profissionais de comunicação visual podem buscar criar e fortalecer seu networking para participar desse tipo de projeto.

Em momentos como esse em que empresas estão se reinventando, é possível criar uma expertise junto às marcas fortes que entendam a importância de serem guardiãs de sua imagem, além de parcerias com agências e estúdios de design e branding que realizam este trabalho”, destaca.

Principais erros a serem evitados para aproveitar essas oportunidades

Os profissionais de comunicação visual, em qualquer tipo de trabalho com identidade de marca, não devem agir no “achismo” ou feeling. No entanto, quando o projeto envolve redesign, isso torna-se ainda mais primordial.

Afinal, todo esse trabalho é baseado em padronização. Então, qualquer dissonância, por menor que pareça ser, pode comprometer significativamente os resultados da ação.

Assim, é importante sempre solicitar o MIV – Manual de Identidade Visual – do cliente. Nesse guia, constarão todas as especificações relacionadas à marca e às suas aplicações em termos de cores exatas, medidas mínimas, forma correta de utilizar positivo e negativo, fundos, materiais e substratos para sinalização visual, entre outras padronizações.

Dessa maneira, não apenas o profissional resguarda-se quanto a qualquer responsabilização por erros de padronização quanto garante a qualidade da entrega e demonstra profissionalismo em sua atuação.

Outro erro a evitar, especialmente por quem está iniciando e quer demonstrar domínio de ferramentas gráficas, é aplicar efeitos não solicitados nas artes. Por mais que os softwares ofereçam inúmeros recursos de personalização, para este tipo de trabalho, o padrão deve ser respeitado. Um degradê ou sombra aplicado equivocadamente já pode ser suficiente para descaracterizar a marca em sua comunicação visual.