Você já sentiu aquela sensação boa quando entrou em uma loja? A disposição dos produtos, a iluminação, os objetos decorativos e até o cheiro do ambiente conquistaram seus sentidos? Saiba que isso não acontece por acaso e está relacionado ao visual merchandising!
Adotada em lojas e demais ambientes, a proposta do Visual Merchandising é transformar uma simples oportunidade de venda, em uma experiência sensorial única, que faz você querer voltar àquela loja novamente.
Quando a criatividade aguça nossos sentidos e nos causa a curiosidade, a chance de compra cresce.
Convidamos a professora do curso de Visual Merchandising da EBAC (Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia), Erica Perillo, para falar sobre esse tema e porque sua adoção é estratégica.
O que é Visual Merchandising?
Visual Merchandising (VM) é uma estratégia de Marketing bastante usada para atrair a atenção dos clientes para as lojas físicas, proporcionando uma experiência que aguça seus sentidos.
Além de todo o apelo visual, o VM foca na construção de uma expressão real de como a marca quer ser reconhecida por seus consumidores.
Em uma percepção complementar, Erica Perillo destaca que o Visual Merchandising é a arte de expor os produtos de maneira excepcional, fazendo com que os clientes se encantem por eles.
“Essa estratégia ativa o lado direito do cérebro e atinge o emocional das pessoas, a ponto de não terem outra opção além de desejar e adquirir aquela peça. Para mim, a tradução perfeita para VM é Vender Melhor!”
A professora do EBAC explica ainda que há um conjunto de estratégias que englobam também conhecimentos agregados como Branding, Marketing, Produto e Comercial.
“O VM é a ponta final entre o produto e o cliente. Eu diria que não há nada que separe essa conexão perfeita!”, afirma.
Como fazer um bom visual merchandising?
Investir em visual merchandising é, como já vimos, uma forma de ajudar os consumidores a terem uma melhor experiência de compra.
Ou seja, ela serve como uma poderosa ferramenta de marketing para sua empresa, a ponto de aumentar as vendas e a fidelidade do cliente.
Mas, para atrair mais visitantes, a professora do EBAC reforça que a técnica deve ser trabalhada na sua loja da forma certa.
Confira algumas dicas sobre como construir experiências de compra através de alguns elementos de VM:
Vitrines
As vitrines estão para as marcas como os flertes estão para um novo relacionamento. “Este é o momento da sedução e do encantamento!”, destaca Érica.
É através delas que as marcas podem fazer com que o cliente (em um flash de tempo que atualmente dura algo entre 1 e 3 segundos) tenha sua atenção capturada em um mundo cada vez mais distraído.
Boas vitrines têm como potencial, além de apresentar um grupo selecionado de produtos combinados entre si, mostrar tecnologia, criatividade, ofertas e produtos desejados, se posicionando como líder no setor e referência na mente do consumidor.
Layout da loja
É através do layout da loja que a marca consegue passar toda a sua essência ao visitante. Em espaços cada vez mais conectados com o desejo do consumidor, se antes eram somente transacionais, hoje são facilmente classificados como experienciais.
O layout é onde a retenção acontece e, em ambientes agradáveis e intuitivos, com um fluxo desenhado de forma inteligente e uma jornada do consumidor pensada estrategicamente, esse percentual aumenta.
“Quanto mais tempo o cliente passar dentro do ambiente de loja, seja no formato físico ou no digital, maior a chance de compra e aumento do número de produtos por venda”, destaca Érica.
A professora salienta também a questão da percepção do bem-estar subjetivo. “Ninguém permanece em um local desagradável por muito tempo, não é mesmo?”, pergunta.
Sinalização
A sinalização dentro dos Pontos de Experiência precisa estar de acordo com a marca, o espaço físico e a organização dos produtos.
Se não houver essa integração, o cliente, em modo automático, começará a usar seu lado racional para questionar o ambiente. Com isso, ele tende a aumentar o percentual de desistência na permanência dentro da loja, e como consequência natural, não compra nenhum produto.
A sinalização é um dos conceitos que permite que o layout da loja seja perfeito e aumente a retenção de clientes. Deve estar sempre integrado com a estética e a voz da marca.
Display de Produtos
Os displays de VM servem para a exposição otimizada dos produtos. Com eles é possível criar ambientes atrativos, encantadores e melhorar a percepção de cada item.
O Visual Merchandising Criativo é capaz de, através do diagnóstico obtido entre a análise da tríade Marca X Arquitetura x Produto, projetar itens que não só melhorem a apresentação do produto em si, mas que também auxiliem o Cross Merchandising.
Esse conceito nada mais é do que a apresentação de produtos que se correlacionam e se completam, aumentando assim a satisfação do cliente por encontrar tudo o que precisa, além de adicionar mais referências à venda.
“Uma marca que investe em VM pode ser avaliada pela quantidade de displays de produtos dentro do seu espaço físico, por exemplo”, complementa Erica.
Iluminação
A iluminação é outro aspecto fundamental dentro de um espaço físico. Ela precisa ser coerente com o propósito da marca, a persona que deseja encantar e o produto que precisa ser exposto.
Um espaço mal iluminado pode arruinar todo o trabalho de pesquisa, desenvolvimento de produto e estratégia de comunicação e vendas.
Em contrapartida, um local bem iluminado, utilizando as tecnologias atuais de economia de consumo de energia, temperatura ideal e atmosferas confortáveis, pode gerar um ambiente perfeito.
Dominando as técnicas e estratégias do Visual Merchandising
Gostou da ideia de encantar seu cliente através do Visual Merchandising, mas ainda tem dúvidas sobre como você pode aplicar suas estratégias em seu negócio?
Então confira algumas boas práticas que podem ser adotadas:
- Merchandising de temporada e/ou temático: adapte sua loja de acordo com as diferentes épocas do ano e datas comemorativas (Carnaval, Natal, Dia dos Namorados etc);
- Storytelling visual: use a criatividade para contar histórias através da disposição dos produtos e da decoração da loja;
- Merchandising sensorial: adote estratégias para despertar todos os sentidos dos seus clientes. Como sugestão, adote elementos que tenham aromas agradáveis, texturas e sons;
- Merchandising de impulso: incentive o cliente a comprar por impulso de uma forma sutil. Para isso, adote displays estratégicos e “promoções imperdíveis”.
Além disso tudo, a professora do EBAC explica que seu trabalho é baseado sempre com os 3 pilares: Atrair, Reter e Encantar.
“Através deles, eu consigo integrar todo o conceito de Visual Merchandising, desde a fachada, letreiro e vitrine, passando pelo interior de loja com a jornada do consumidor, mobiliários e equipamentos de VM, sem deixar de lado nenhum espaço, como os provadores, caixa, embalagens, lounge e espaços expositivos e de comunicação”.
Além disso tudo, conceitos como iluminação, setorização e ambientação também precisam ser constantemente trabalhados.
Segundo Érica Perillo, estes 3 pilares servem para todas as categorias de produtos de qualquer nicho, segmento ou tipo de cliente.
Para ela, a fórmula do sucesso é trabalhar o VM sempre usando o 1M3P’s: considerar a Marca para qual o serviço está sendo efetuado, a Persona que se deseja alcançar, o Problema a ser resolvido e o Propósito do projeto.
“Com isso, ótimos resultados serão alcançados em curto, médio e longo prazos”, finaliza.