Considerada um grande diferencial competitivo para as empresas produtoras de peças cerâmicas nos últimos anos, a impressão digital tem possibilitado novas formas de criar, produzir e trabalhar com revestimentos devido à sua incrível versatilidade e capacidade de reproduzir materiais e texturas.

“As impressoras digitais têm maior definição, imprimem em alto e baixo relevo e oferecem uma variedade de cores e desenhos que eram impossíveis de reproduzir na impressão convencional, deixando os revestimentos com visual mais natural e agradável”, explica Camila Lamberti, do departamento de design da Incefra.

A famosa pedra “canjiquinha”, por exemplo, pode ser reproduzida nos revestimentos cerâmicos por meio da técnica de impressão digital. Mas para que isso aconteça, as placas de cerâmica ou o porcelanato escolhido precisam receber o engobe (camada de esmalte entre a peça cerâmica e o esmalte da superfície do produto), além de passarem, por diversos equipamentos, como prensa, vela e granilheira, incluindo, é claro, a própria impressora digital. Presente no mercado há alguns anos, mas ainda considerada de alto custo, a   máquina tem a função de decorar, qualquer tipo de imagem, em cima de peças cerâmicas, com algumas limitações de cores ou efeitos, contudo com resultados impressionantes, agregando assim valor ao produto final.

Cuidados e vantagens da impressão digital de revestimentos

Tão importante quanto o investimento no maquinário é a capacitação dos funcionários/operadores. “Eles precisam estar habilitados para fazer a execução e a manutenção da impressora, com o cuidado de mantê-la numa temperatura em torno de 20 a 25ºC e longe da poeira”, afirma José Luis Vetari, do Laboratório da Cerâmica Atlas.

Os designers de produto também são imprescindíveis neste processo devido ao desafio de desenvolver um visual diferenciado e comercial, que esteja alinhado com as exigências das normas de usabilidade. “Mas com um profissional de amplo conhecimento, que abusa da criatividade para criar nuances/texturas para as peças, a produção se torna menos complicada e o processo, consequentemente, mais rápido”, ressalta.

O trabalho consiste, basicamente, em alinhar e controlar todas as etapas de produção do revestimento ou do porcelanato conforme o padrão, evitando problemas futuros. “A impressora demora, em média, 25 a 35 minutos, chegando a uma temperatura de 1100°C. E uma linha de produção, por exemplo, tem capacidade de produzir 24.000 metros quadrados por dia”, informa Camila.

Entre as vantagens da técnica destacam-se, ainda, o baixo índice de perda em relação às peças lisas, maior valor agregado ao produto final e “infinitas” possibilidades criativas.  Além disso, os revestimentos impressos digitalmente apresentam a mesma resistência, mas com beleza e viabilidade de custo que outros materiais não podem proporcionar.