Há pouco mais de 10 anos, as impressoras sublimáticas de grande formato não passavam de uma aposta dúbia de alguns fornecedores. Hoje, no entanto, elas ocupam uma grande parcela do mercado de impressão digital. Dá para citar muitas razões para essa rápida evolução. Mas algumas das mais relevantes são a sofisticação dos equipamentos e a popularização dos tecidos estampados digitalmente. E embora esteja num patamar consolidado, a sublimação tende a crescer ainda mais. Isso é o que aponta o estudo “The Future of Dye-Sublimation Printing to 2023”, realizado pela consultoria norte-americana Smithers. Segundo a pesquisa, o mercado global das sublimáticas, em 2018, valia 7,63 bilhões de euros. Em 2023, a previsão é que o montante chegue a 12,4 bilhões de euros, a uma taxa de crescimento anualmente de 10,2% (CAGR).

Trata-se, portanto, de um negócio auspicioso. Porém, fragmentado. A sublimação digital tem a capacidade de atender diferentes segmentos, como os de vestuário e moda, comunicação visual (soft signage), tecidos técnicos, decoração ambiental e brindes. Cada segmento é melhor atendido por um modelo de impressora, que varia de tamanho, velocidade, qualidade e outros atributos técnicos e produtivos.

É usual diferenciar as impressoras sublimáticas entre “pequeno formato” e “grande formato”. O critério aqui é o tamanho dos equipamentos. Os “de grande” têm larguras de impressão maiores e capacidade de estampar mais em menos tempo. E é deles que tratamos nesse artigo.

Embora possa estampar materiais rígidos tratados, as impressoras sublimáticas de grande formato trabalham fundamentalmente com tecidos. E não todos os tecidos, mas apenas aqueles que contêm polímeros ou revestimentos superficiais de poliéster. A razão para isso? É a composição da tinta de sublimação.

Tinta sublimática

Aula rápida de física: na sublimação, ocorre o processo em que um sólido se transforma em gás, sem passar pela fase líquida.

Na impressão sublimática (dye sublimation), a tinta sólida transita diretamente para o estado gasoso ao ser submetida a calor e pressão. Eis aí o básico do processo.

Mas por que a tinta sublimática, quando vendida, está na condição líquida? Porque as cabeças inkjet das impressoras disparam apenas fluidos. E assim que as cabeças cumprem o papel de disparar a tinta (no papel transfer ou diretamente), ela se transforma numa espécie de revestimento sólido – que será submetido a altas temperaturas (por prensas e calandras) para que sublime e tinja o substrato.

O substrato (ou mídia) nada mais é do que o material (tecido, por exemplo) que será estampado. Para receber a impressão sublimática, é fundamental que ele contenha polímeros. Isso porque o corante da tinta (cuja função é colorir) é especialmente formulado para se unir a eles. Quanto mais polímeros, maior a ligação do corante ao substrato. Por essa razão, é impossível sublimar tecidos 100% algodão – eles não contêm fibras receptivas. A alternativa, é aplicar um revestimento polimérico nos substratos, para que ele receba a tinta sublimática.

A tinta sublimática é composta por partículas de corante que ficam suspensas em um fluido transportador. Sob calor, essa composição passa do estado sólido para o gasoso, até aderir ao substrato polimérico receptivo. Quando isso ocorre, o corante volta ao seu estado original (sólido). Conclui-se, portanto, a impressão da imagem.

Mais detalhadamente, no processo sublimático, o substrato e a tinta são submetidos conjuntamente a pressão e alta temperatura, que abrem os poros da mídia polimérica por onde os corantes entram. O substrato é então removido da fonte de calor para que esfrie. No esfriamento, os orifícios e os polímeros se fecham e aglutinam as partículas da tinta sublimada. Assim, os corantes não podem mais ser removidos do substrato. Por isso, as imagens sublimadas são muito resistentes, o que é uma das características mais vantajosas da tecnologia de sublimação.