Peça de borracha sintética possui três eletrodos distribuídos entre os dedos indicador, médio e anelar impressos por serigrafia. Cada sensor é responsável por detectar uma classe diferente de pesticida e é necessário que a amostra esteja em um meio aquoso.

Para realizar a análise do alimento, ele precisa estar em contato com água, a qual funciona como um condutor entre as substâncias e os eletrodos. Basta tocar a superfície da amostra com algum dos três dedos para que a detecção seja iniciada.

Primeiro, coloca-se o dedo indicador na amostra, depois o médio e então o anelar. A detecção é realizada em um minuto, mas o dedo anelar leva menos tempo. Segundo os pesquisadores, o sensor do anelar usa uma técnica baseada em carbono funcionalizado. E uma vez detectada a substância, as informações são transferidas para um software instalado no celular, onde ocorrem as análises.

De acordo com o idealizador da luva, Paulo Augusto Raymundo-Pereira, entre os diferenciais da invenção, está a capacidade seletiva de detecção. Diferentemente dos métodos convencionais, a luva permite que o processo seja realizado sem a necessidade de preparar as amostras — que até mesmo podem ser consumidas após a análise.

“Basta pingar uma gotinha no alimento e a solução estabelece o contato entre este e o sensor”, explicou a coautora do estudo, Nathalia Gomes.

A ferramenta não tem prazo de validade, mas os pesquisadores alertam que os sensores podem ser danificados com solventes, como álcool e acetona, ou arranhados por outros objetos.

Imagem: Reprodução/Nathalia Gomes/USP