Em linhas gerais, a sublimação é o processo aditivo por meio do qual a cor do tecido é somado às cores da estampa. Essa técnica revolucionou o mercado da estamparia por sua praticidade, facilidade e poder de personalização de produtos. No entanto, em especial para quem está começando a trabalhar com ela, é provável que se depare com alguns desafios. A boa notícia é que muitos dos problemas mais comuns em sublimação podem ser facilmente identificados e evitados.

Então, para você aproveitar as diversificadas oportunidades de negócios proporcionadas pela técnica, é importante adotar boas práticas que garantam a qualidade de sua produção e ajudem a evitar os problemas mais comuns em sublimação, que podem gerar perda de materiais, retrabalhos, quedas na produtividade, atrasos e redução de sua lucratividade. 

Afinal, quais são os problemas mais comuns em sublimação em tecidos? 

P.H. Oliveira, Professor da Escola PhD de Impressão, lembra de que “a sublimação é uma técnica muito utilizada para estampar em tecidos sintéticos, porém, como toda técnica, existem limitações e cuidados a serem tomados para que seja bem-sucedida”.

Já para Cleber Athaides, gerente comercial da SFCT, “os problemas mais comuns em sublimação são manchas no tecido, sublimação efeito fantasma, sublimação avermelhada, sublimação amarelada e marcas de roletes nas impressões”.

Conforme o especialista, “os casos de manchas no tecido são motivados por falta de tempo ou calor no tecido. Já o problema de sublimação efeito fantasma se dá quando o papel sobe e desce ao levantar a prensa. Por sua vez, a sublimação avermelhada ou sublimação amarelada ocorre quando se trabalha com cores incorretas“, destaca.

Oliveira destaca, ainda, que o problema do efeito fantasma “é caracterizado por uma leve sombra ao lado da imagem estampada. Ele ocorre, basicamente, em duas situações: a primeira quando colocamos pressão excessiva na prensa térmica e, consequentemente, precisaremos de muita força para abri-la no término do processo. Nesse momento o papel, por conta do movimento brusco, se desloca ainda quente, criando esse efeito. Já a segunda situação se dá quando o tecido encolhe, uma característica da fibra sintética. Ao aplicar o calor no tecido, ele diminui de tamanho e o papel com a imagem a ser estampada não”, resume o especialista.

Além desses problemas, ocorre, também, de a impressão ficar com aspecto opaco ou com as cores fracas. Entre as causas para isso está a composição inadequada do tecido – por exemplo, quando se utiliza um PV (poliéster e viscose), imaginando tratar-se de um PP (100% poliéster).

Athaides lembra de outro ponto importante: os tecidos brancos não costumam apresentar, necessariamente, os mesmos problemas dos tecidos coloridos. Um dos motivos para isso é que “nos produtos brancos, há um maior realce das cores, já nos produtos coloridos, dependendo a cor que se quer utilizar na estampa, essa pode não ficar muito visível”.

De fato, quando se utiliza o branco como fundo, é possível evitar muitos dos problemas mais comuns em sublimação e obter uma grande fidelidade de cores.

Como resolver esses problemas?

Primeiramente, é importante ter domínio sobre a prensa, a impressora (que deve ser específica para essa aplicação) e saber fazer o correto manuseio dos produtos. Isso é fundamental para garantir a estabilidade na qualidade de produção, evitar os problemas mais comuns em sublimação, retrabalhos e a perda de insumos.

Além disso, contar com fornecedores confiáveis, que realmente atuem como parceiros e garantam a qualidade dos materiais e equipamentos é outro ponto central para isso.

Agora, para evitar o problema da ressublimação, conhecido também como sublimação efeito fantasma – isso é, a sublimação desfocada, com uma sombra ao longo, ou mesmo além das bordas da imagem – uma boa dica é prensar o tecido anteriormente ao posicionamento do papel sobre ele. Isso deve ajudar a reduzir sua retração ou encolhimento durante o processo.

Ainda, para evitar que o problema ocorra em virtude da movimentação do papel, utilizar uma cola spray temporária para fixá-lo no tecido durante a prensagem pode ser a melhor alternativa. Oliveira também dá outras dicas:

“O ideal é que a pressão seja mediana e, no ato de abrir a prensa, devemos destravar primeiro para, então, levantá-la, por isso esse ajuste deve ser feito antes. Também é importante colocar o tecido em contato com o calor por 10 segundos antes de aplicar a estampa. Dessa maneira, se o tecido encolher, isso vai ocorrerá antes da sublimação de fato”, salienta o professor da Escola PhD de Impressão.

No caso da sublimação avermelhada ou amarelada, trabalhar com um perfil de cores criado e configurado para seu modelo de impressora, tinta e tipo de papel é fundamental para evitar problemas e garantir a fidelidade de cores na produção.

E, para resolver um dos problemas mais comuns em sublimação em camisetas, a impressão clara demais, é importante utilizar tecidos com mais poliéster – de modo geral, quanto mais poliéster a camiseta tiver em sua composição, melhor deverá ser a qualidade na sublimação.

Além disso, é importante fazer testes de prensagem e verificar a temperatura da prensa (é importante lembrar de que a tinta sublimática demanda temperatura de, pelo menos, 200 graus).