Com a crise que assolava o Brasil, Jonathan Tebaldi precisou reinventar seu negócio: uma gráfica. Para isso, listou tudo o que ele poderia fazer com os equipamentos que tinha em sua empresa e nesta relação “apareceu” o papel de parede. “Fiz um catálogo e sai batendo de porta em porta dos arquitetos da minha cidade da minha região. Deu certo e os bancos pararam de ligar me cobrando”, ri Tebaldi.
O CEO, no entanto, precisou pensar em futuro de escala, pois ele é de Nova Bassano (RS), cidade com nove mil habitantes. “Ninguém na minha cidade ia usar papel de parede. Como vender para todo o Brasil? Fiz algo muito difícil para alguém do ramo de impressão: aceitar a mudança e mudar meu mindset”. Por não ser programador, uniu-se a uma pessoa que entende de tecnologia e desenvolveu um sistema que deu início ao Criativando.
“As máquinas que vocês têm e o talento de vocês não é só para fazer fachada!”
A ideia era parar de “brigar por metro quadrado de fachada” e conectar arquitetos e designers com lojas, parar de “virar a noite imprimindo banner” e receber pedidos de orçamento. Com o sistema, seus produtos são encontrados e encomendados pela internet e enviados ao lojista – “Não atendo cliente final ainda”. O projeto deu tão certo que hoje eles atendem clientes padrão A/B e contam com designers exclusivos, como Renata Rubim (que procurou a empresa oferecendo seus desenhos), um canal televisivo licenciou seus produtos.
“Criamos o primeiro papel de parede com realidade aumentada e que ‘conta’ histórias do Brasil e vamos abrir franquias”, revela. E para que o projeto desse certo, Tebaldi conta que entendeu que não podia terceirizar nada, tudo é desenvolvido dentro da empresa, lá estão profissionais de design e desenvolvedores de games, por exemplo.
Mais oportunidades
De acordo com a designer da Formo Arquitetura e Design, Carla Vendarmini, hoje existem papeis de parede interativos com tinta condutiva e com sistema de som ativado pelo toque da mão, nos quais é possível criar histórias ou tocar música. Mas, a personalização, padronização, identificação, sinalização ou ambientação precisam agregar valor para o cliente.