De acordo com o Instituto Brasileiro de geografia e Estatísticas (IBGE) no último ano as vendas do segmento caíram 22,7% na comparação com 2019. E grandes marcas varejistas já anunciaram perdas na casa dos dois dígitos no último ano. Parte desse cenário é causado por novas tendências de consumo, com clientes mais exigentes e preocupados com a origem dos produtos, incluindo sustentabilidade em sua agenda.

Relatório da Transparency Market Research indica que automação industrial deve atingir uma valorização de até US $ 352,02 bilhões, até o final de 2024, em todo o mundo. Soluções alinhadas com a indústria 4.0 garantem, cada vez mais, o melhor aproveitamento de insumos, dados atualizados do processo de produção e agilidade em todas as etapas de desenvolvimento dos produtos.

E segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a digitalização dos processos produtivos deve atingir 21,8% das indústrias brasileiras na próxima década. “É uma tendência global que também impacta o mercado têxtil. Na América Latina, os investimentos em automação já fazem parte da cadeia e devem crescer ainda mais neste processo de reaquecimento do setor”, avalia o sócio-diretor da Delta Máquinas Têxteis Fábio Kreutzfeld.

Ainda de acordo com o empresário, grandes indústrias do mercado de moda já buscam iniciativas para otimizar a produção. Da malharia ao beneficiamento e confecção, a redução de processos convencionais é crescente. Soma-se ao aumento do volume produtivo a qualidade aplicada às peças em processos alinhados com a indústria 4.0. No caso de confecção temos clientes, por exemplo, que não só reduziram o tempo de preparo das malhas em mais de 30% como passaram a ter mais precisão no processo de enfesto e corte. Isso é fundamental para a redução de desperdícios de insumos e, consequentemente, mais lucratividade.

O grupo colombiano Supertex, responsável pela fabricação e exportação de peças que compõem marcas internacionais como Adidas, Under Armour, Patagoion, entre outras adotou relaxadeiras que atuam no processo de preparação de malhas e tecidos planos. A solução elimina a necessidade de descanso antes do enfesto e corte, reduzindo em mais de um dia o tempo para execução dessa etapa. A precisão do corte também é uma das vantagens da automação, que dimensiona a matéria-prima para garantir aproveitamento total do insumo.

No Brasil, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) estima que o setor seja um dos mais beneficiados com a recuperação econômica. Dados da entidade apontam que o segmento deve fechar 2021 com um crescimento aproximado de 25% nas vendas. Resta às marcas estarem preparadas para este novo momento, garantindo a entrega ágil e uma produção baseada em boas práticas de digitalização e integração dos processos.