Empregada em segmentos industriais diversos, a serigrafia em vidro possibilita a gravação de desenhos e textos através da aplicação de tintas serigráficas específicas que são divididas, basicamente, em duas categorias: as tintas orgânicas e as tintas inorgânicas (fundentes).
Confira, a seguir, as características de cada uma delas, além de suas principais vantagens e formas de aplicação.
Tintas orgânicas serigráficas para vidro
As versões orgânicas são tintas bicomponentes de cura ao ar ou a temperatura de, no máximo, 200°C. Esta opção de tinta serigráfica para vidro é amplamente utilizada para a decoração de embalagens de cosméticos, principalmente em superfícies pintadas.
Elas permitem uma gama de cores bem mais abrangente do que as tintas inorgânicas. No entanto, de acordo com Márcio Barcelos, técnico em química e profissional da Agabê Indústria, “sua resistência é bem inferior quando comparada às tintas inorgânicas (fundentes), já que sofrem com a ação de intempéries. Apesar disso, é possível utilizá-las para fazer uma quadricromia (técnica especial que permite a reprodução de um desenho por meio de retículas – imagem fragmentada em pequenos pontos). ”
Tintas inorgânicas serigráficas para vidro
As tintas inorgânicas são, assim, denominadas por conta de sua alta temperatura de trabalho, que fica acima de 520°C. Elas são feitas à base de sílica e corantes de óxidos metálicos, além de possuírem uma gama de cores bem limitada. Não à toa, de acordo com Márcio Barcelos, é mais difícil chegar em cores “limpas” por meio delas.
As tintas inorgânicas são, normalmente, muito utilizadas em impressões em vidros automotivos, com veículos hidrossolúveis e oleosos. Já em embalagens, como copos e garrafas, costuma-se usar o veículo termoplástico.
“Após aplicadas, estas tintas devem ser curadas em forno cerâmico a partir de 520°C, com um ciclo de, aproximadamente, duas horas e meia. É preciso aquecer e resfriar devagar para não ocorrer um choque térmico na peça”, recomenda o especialista.
As vantagens de cada tinta
Quando falamos das tintas orgânicas, vale destacar a sua facilidade para compor cores e a sua gama de fabricantes no Brasil, como Plastin Tintas, Saturno e Dubuit.
Além disso, o processo para cura desse tipo de tinta é mais barato, uma vez que se trabalha com temperaturas mais baixas. Em contrapartida, as resistências mecânicas e químicas são bem menores.
Já as tintas inorgânicas, apresentam alta resistência mecânica e química. Elas são altamente recomendadas para uso em peças utilitárias, além de haver a possibilidade de variar o seu ponto de fusão em função do uso. Entre as fabricantes brasileiras do insumo, Márcio destaca a Ferro Enamel, a Johnson Matthey e a Ticom.
A tinta inorgânica possui, também, um custo mais alto do que a tinta orgânica. Isso significa que a implantação desse processo requer um investimento bem maior por conta dos equipamentos envolvidos e “pela temperatura elevada necessária para a fusão da tinta, que acarreta em mais consumo de energia elétrica”, acrescenta.
“Por outro lado, o acabamento e a resistência proporcionados pelas tintas inorgânicas são incomparáveis. Após a cura, só é possível retirá-las da peça com ácido e, ainda assim, a marca não sai”, conclui.
Quer saber mais sobre o processo serigráfico em vidros? Continue acompanhando as atualizações do nosso canal de conteúdo.