Gisela Schulzinger ministra a palestra “Paixão por construir marcas e transformar negócios” durante o Sign Talks
Sabemos que não é fácil entender e tampouco acompanhar as mudanças. É um outro ritmo do que se praticava década atrás, antes da entrada da internet nas relações sociais e comerciais. Dizer que tudo muda o tempo todo não é exagero. Nesse contexto, vale ter anotada (para ler e reler até gerar um novo comportamento) a reflexão da Chief Branding Officer da Pande Design e presidente da Associação Brasileira de Embalagem, Gisela Schulzinger.
“Novos tempos exigem novas atitudes. As ferramentas estão à disposição, precisamos mudar a nossa atitude.”
Com parrudo currículo, Gisela acumula mais de 25 anos de experiência no mercado de design. Inserida nesse ambiente em que a criatividade, a estratégia e a inovação são peças fundamentais, ela inspirou os convidados do Sign Talks com sua palestra “Paixão por construir marcas e transformar negócios”, no início de fevereiro. O evento fechado foi uma iniciativa inédita de relacionamento da Feira Serigrafia Sign Future Textil com o mercado de comunicação visual.
Na bagagem da especialista está o contato com profissionais do Vale do Silício, região dos Estados Unidos conhecida mundialmente por ser berço de grandes empresas inovadoras como Google, Facebook e Apple. Isso contribuiu para a compreensão de que, sim, estamos em meio a um colapso em que todas as formas de organização estão em cheque. Contudo, ao olhar o “copo meio cheio”, temos nas mãos a grande oportunidade de nos renovar. E essa renovação vale tanto para o profissional quanto para a empresa. Quem deposita na idade a dificuldade de tentar algo novo precisa arrumar outro argumento. “É uma questão de atitude, não de idade”, pontua Gisela.
Modelo mental
A maneira como interpretamos os acontecimentos em volta é chamado de modelo mental. Nesse filtro que aplicamos a cada decisão, passam ao mesmo questões relacionadas à história pessoal, linguagem, cultura e ao sistema nervoso. Ou seja, cada pessoa tem um jeito único de agir e reagir aos acontecimentos. O histórico de como conduzimos os negócios está no nosso modelo mental. Nesse momento, Gisela provoca a reflexão na plateia de empresários:
“Será que não podemos exercitar a possibilidade de fazer negócios de outra forma que a atual? A economia compartilhada obriga repensar produtos e serviço. Produto bom e competitivo todo mundo tem acesso. A experiência é que gera diferença.”
A mudança no modelo econômico, influenciada pela velocidade, força o entendimento da realidade do negócio o tempo todo. E mais do que isso: pede um novo modelo mental. A tabela abaixo mostra seis quebras de paradigmas da nova economia.
SAI | ENTRA |
Raciocínio linear | Raciocínio conectivo |
Cultura lenta | Cultura ágil |
Produtos | Experiências |
Prioridade | Acesso |
Gestão competitiva | Gestão colaborativa |
Separação de vida e trabalho | Integração de vida e trabalho |
Novos modelos de negócios
“O que é o Google? Uma página em branco, mas que não vivemos sem”, lembra a convidada do Sign Talks. “Precisamos olhar e se organizar para oferecer serviço onde há brecha”, completa. Em um mundo no qual os consumidores estão empoderados e consultam tudo antes da compra, é natural que novos produtos mudem comportamentos e emoções. E, consequentemente, gerem novas necessidades. É preciso, então, estar atento para preencher a lacuna aberta no mercado, à espera de um novo produto ou serviço.
O empresário não pode ficar refém das barreiras limitadoras da criação de um novo negócio. Se a maior dor é dinheiro, saiba que processos podem ser alterados sem gerar custo extra. Em casos que o aporte é realmente necessário para materializar a ideia, é preciso correr atrás de um investidor e convencê-lo do diamante que tem nas mãos. Parece muita coisa? Tenha calma, você não precisa decidir tudo sozinho. A decisão tem de ser compartilhada para o acerto ser maior. O mais importante é adotar uma de postura de agente de mudança.
Dica para ir além
Para aprofundar o conhecimento sobre o assunto e investir em mudança, a dica é ler o livro “Organizações exponenciais”, de Salim Ismail, Michael S. Malone, Yuri Van Geest e Peter H. Diamandis, publicado pela HSM. Nele, os autores analisam que nenhuma empresa poderá acompanhar o ritmo de crescimento definido pelas organizações exponenciais, se não estiverem dispostas a realizar algo radicalmente novo – uma nova visão da organização que seja tão tecnologicamente inteligente, adaptável e abrangente quanto o novo mundo em que vai operar – e, no final de tudo, transformar. Foram estudadas empresas como Waze, Airbnb, Uber, Netflix, Google, GE, Coca Cola e Amazon. Na obra, líderes globais e pensadores apontam uma nova e ampla visão sobre as tendências organizacionais e tecnológicas essenciais, que podem ser aplicadas em empresas de todos os portes.