Com a evolução da tecnologia e o acesso muito fácil a softwares e aplicativos e afins, a área de design vem há um bom tempo sendo desvalorizada. Hoje é comum você ver pessoas com acesso à internet se passarem por designers e obviamente serem aplaudidas por quem não tem conhecimento sobre o conceito. Claro que todos podem ser designers, só que isso não acontece de forma improvisada, sem dedicação de tempo e estudo. Existem tutoriais, cursos presenciais, dicas na internet, o que você quiser desde que se prepare corretamente.
Com a chegada da estamparia digital têxtil a necessidade de se ter um número de desenhos disponíveis aumentou e muito. O número de desenhistas também aumentou, mas ainda com pouca qualidade e quase nada de criação própria. Isso vai melhorar com estudo, prática e o próprio mercado que vai se ajustar.
Apesar do número enorme de pessoas oferecendo desenhos, as empresas têm muita dificuldade em conseguir alguém para trabalhar internamente. Imagine a seguinte situação: “uma pessoa oferece desenhos para a empresa onde você trabalha sem nem mesmo ter que ir à mesma. Ela recebe em um dia o pagamento pelos desenhos correspondente a um mês do seu salário e você, que é contratado e vai todos os dias trabalhar longe e de condução, deverá corrigir a imagem, rapportar e colorir o desenho.”
Com o tempo você vai se sentir desestimulado e vai preferir ficar em casa desenhando e tentando vender seus desenhos. Mas não é só isso, afinal há muita informação (principalmente de mercado) com aquela pessoa que você achou que estava se aproveitando de você. Certamente desenhos entregues precisam estar mais bem finalizados, mas este é outro problema.
A maioria acha que a estamparia convencional de cilindros acabou e pior, não quer se preocupar com número de cores e ordem delas na produção e muito menos com as dimensões dos desenhos. O digital é mais fácil e todo mundo sai vendendo desenho para a estamparia digital. Desenhos com camadas cheias de lixos que não foram usados na criação final, sujeiras na imagem, nenhuma ideia de como poderá ser a repetição, digitalização com resolução diferente da recomendada e por aí vai. Com isso as empresas ou têm desenhistas para corrigir isso tudo ou pagam mais uma pessoa como freelancer para que a imagem volte correta.
Quem comprou gasta mais, quem vendeu publica o nome das marcas que compraram seu desenho e quem trabalha e muito para corrigir a imagem ao final recebe pouco.
Ao refazer cerca de 15 desenhos por mês, uma empresa pagaria o aluguel anual de um software específico. Deste modo, um único funcionário trabalharia as imagens em repetição em tempo real, e saberia, quando estivesse colorindo, se a cor está dentro do perfil de cores das impressoras, ou seja, reduziria também a quantidade de amostras. Há muito dinheiro nas entrelinhas que não está sendo observado.
A impressão digital é parte de um processo e o resultado depende do trabalho em várias etapas: da criação ao técnico como tipo de cabeça de impressão, tinta, papel, acabamento. Um desenho ruim pode estragar tudo, e pior, não vender a quantidade esperada.