O descarte de resíduos sólidos é estabelecido por lei. Por isso, a empresa que passa a fazê-lo, além de atuar dentro do conceito da sustentabilidade, evita penalizações.
Essa prática, contudo, representa um conjunto de ações que precisam ser realizadas com base em medidas ambientalmente adequadas. Portanto, o armazenamento, o transporte, o tratamento, a destinação e o descarte correto de cada item devem observar tais práticas. Só assim é possível atenuar os impactos negativos que os resíduos têxteis podem causar no meio ambiente e na saúde pública.
Mas como realizar o descarte correto dos resíduos têxteis?
“A fabricação de produtos têxteis, tais como camisas, uniformes, tecidos para decoração e uso domésticos, gera uma quantidade significativa de resíduos, até então negligenciados pelos seus geradores, talvez pelo formato quase sempre informal dessas atividades”, explicam Guilherme Arruda e Deivison Pedroza, sócios do VG Resíduos.
De acordo com ambos, atualmente, grande parte dos resíduos gerados nessa atividade segue para aterro sanitário local como resíduo doméstico. “Mas este não é o caminho mais adequado, uma vez que é preciso considerá-los como resíduos industriais e, por isso, descartá-los conforme critérios de segregação, dando ênfase, principalmente, ao critério de recicláveis e não recicláveis”, completam.
Eles também afirma que apenas 1/3 dos resíduos têxteis sejam recicláveis de fato. Por isso, os demais materiais devem ser tratados conforme especificado na tabela da NBR 10004 – norma brasileira que classifica os resíduos sólidos gerados em todas as atividades.
Entre os itens contemplados pela regulamentação estão:
- Tecidos e fitas contaminados com restos de tintas e solventes, embalagens de cola, cartuchos de impressora, lâmpadas e baterias. Ao serem contaminados, todos esses resíduos devem receber um tratamento especial.
- Óleos lubrificantes, lâmpadas e baterias. Seguindo a teoria da logística reversa, eles devem ser encaminhados para o próprio fabricante para que este possa dar uma destinação final adequada.
Outras ações que podem ser adotadas
Além da destinação correta dos materiais de acordo com a lei, algumas atitudes adotadas pela própria empresa também colaboram para o gerenciamento adequado de resíduos sólidos.
A primeira delas está na reutilização de retalhos dentro do próprio processo produtivo. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) do Ministério do Meio Ambiente, a reutilização está entre as três prioridades do gerenciamento de resíduos.
Com a reutilização, é possível reduzir o custo e o volume para dispor os resíduos em aterros sanitários. Além disso, é possível criar linhas de produtos alternativos e sustentáveis com as sobras.
Doar os resíduos têxteis também é uma excelente opção para reduzir o impacto no meio ambiente. Além disso, colaborar com ONGs ajuda a movimentar a economia e as pessoas a melhorarem sua qualidade de vida.
Por fim, é possível reciclar os resíduos e transformá-los em produtos novos. Algumas empresas, inclusive, os transformam em tecidos ou fios.
Para se ter ideia, centros automotivos, por exemplo, usam os resíduos têxteis para a limpeza de peças. Também é comum encontrarmos produtos esportivos, como sacos de box, enchidos com tecidos descartados.
Além disso, muito artesãos buscam esse tipo de material para produzir seus produtos. Portanto, esta é uma ótima opção para quem deseja melhorar o gerenciamento de resíduos sólidos e, ao mesmo tempo, exercer a cidadania.
E você, utiliza algum desses métodos ou outro que não citamos aqui? Compartilhe sua experiência conosco no campo de comentários e até a próxima!