Por muito tempo, a indústria têxtil foi vista como um motor da economia global. Mas hoje, ela enfrenta hoje um dos seus maiores desafios: a necessidade de ser mais sustentável. Para isso, a economia circular ganha espaço.

O modelo de produção surge em um cenário em que é preciso controlar a produção em massa, consumo desenfreado e o descarte inadequado de roupas. 

Tais fatores têm gerado um impacto ambiental devastador, com esgotamento de recursos naturais, poluição de água e solo e emissão de gases do efeito estufa.

Mas como a economia circular pode contribuir com o segmento? 

A Futureprint elaborou este artigo para auxiliá-lo a entender o conceito de economia circular e como ela pode garantir um futuro sustentável e responsável da indústria têxtil.

Ponto de virada da indústria têxtil: a busca pela sustentabilidade

Nos últimos anos, o setor têxtil mundial enfrenta um dos seus principais desafios: se tornar mais sustentável diante das mudanças dos hábitos do consumidor, na legislação e na regulação.

Este cenário tem imposto práticas que priorizam o uso racional dos recursos e a redução dos resíduos.

Logo, o segmento precisa se basear em cinco pontos simultâneos: social, econômico, ecológico, espacial e cultural. 

As empresas precisam ter planos que abranjam a integração entre todas essas questões. E esse é um dos grandes desafios enfrentados mundialmente.

A economia circular surge como uma alternativa promissora para um futuro mais sustentável na indústria da moda. 

Ao invés do modelo linear tradicional – que se baseia na extração, produção, consumo e descarte – a economia circular minimiza o desperdício e maximiza a vida útil dos produtos, incentivando a reutilização, a reciclagem e a regeneração de materiais.

Princípios e pilares da economia circular

Segundo reportagem da CNN, citando um levantamento da Abrelpe, cerca de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis são descartados por ano no Brasil. Isso corresponde a 5% de todos os resíduos produzidos no país.

Logo, o objetivo da adoção da economia circular é oferecer para as indústrias um sistema de produção que permita reaproveitar os tecidos. Com eles podem ser reutilizados, refeitos e reciclados.

Para isso, o modelo de produção circular busca conciliar o crescimento econômico, a sustentabilidade e o bem-estar da sociedade. Para isso, se baseia em alguns princípios:

  • Eliminação de resíduos: a indústria têxtil deve buscar soluções para reduzir a geração de resíduos em todas as etapas do processo produtivo, desde a escolha das matérias-primas até o fim da vida útil dos produtos;
  • Manutenção de produtos e materiais: o setor deve priorizar a durabilidade e a reparabilidade dos produtos, incentivando a extensão da vida útil das peças de vestuário;
  • Regeneração de sistemas: a indústria têxtil deve buscar soluções para regenerar os sistemas naturais, como a água e o solo, que são utilizados ao longo do processo produtivo.

Ou seja, a economia circular para o segmento têxtil baseia-se em três grandes princípios fundamentais: reduzir, reutilizar e reciclar.

Na prática, alguns são os pilares da economia circular que a indústria têxtil pode adotar. São eles:

  • Ecodesign: a criação de produtos com design circular, que considera todo o ciclo de vida do produto, desde a extração das matérias-primas até o descarte final;
  • Materiais sustentáveis: a utilização de materiais renováveis, reciclados e biodegradáveis é ideal para reduzir a dependência de recursos naturais finitos;
  • Produção limpa: a adoção de processos de produção mais eficientes e menos poluentes, com o uso de tecnologias limpas e a redução do consumo de água e energia;
  • Economia compartilhada: o setor deve incentivar a adoção da economia compartilhada, através de plataformas de aluguel, troca e venda de roupas. Essa é uma forma de promover a reutilização e a extensão da vida útil das peças.

Outras medidas que podem ajudar toda a cadeia do tecido são:

  • Promoção do desenvolvimento de novos sistemas e infraestruturas que alinhem os sistemas de coleta, para trazer ao mercado o consumo de materiais secundários;
  • Investimento em produtos de qualidade e boa durabilidade;
  • Escolher fornecedores que também prezam pela economia circular.

Desafios e oportunidades para o segmento

Embora a transição para uma economia circular para a indústria têxtil apresente inúmeros benefícios, ela não está isenta de desafios. 

O segmento precisa ter que superar alguns obstáculos importantes, que incluem: 

  • Necessidade de avanços tecnológicos; 
  • Maior conscientização do consumidor e das empresas; 
  • Colaboração de todos os agentes do setor. 

No entanto, as oportunidades de inovação, criação de emprego e melhoria da reputação da marca são muitas e certamente motiva as empresas a adotarem práticas sustentáveis e de economia circular.

Sendo assim, a economia circular representa uma oportunidade para a indústria têxtil se reinventar e construir um futuro mais sustentável e responsável. 

Ao adotar os princípios e pilares da economia circular, as empresas não só reduzem seu impacto ambiental, como também geram valor para os seus negócios e contribuem para um mundo mais justo e equitativo.

Sendo assim, é possível concluir que a economia circular deve ser pensada de forma muito estratégica pela indústria têxtil, já que seus benefícios são imensos. Pense nisso!

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