Outro dia, uma marca me procurou para criar algumas estampas que serviriam como temas da coleção.
A base de tecidos? Aquela 100% poliéster bem simples.
Vou te falar: tem muita marca que ainda espera que o tecido resolva tudo: caimento bonito, sensação de qualidade, percepção de valor.
Mas em várias coleções infantis que desenvolvo, a realidade é outra: a base precisa ser escolhida estrategicamente para manter preço competitivo.
E aí existe um momento-chave que muda tudo: se o tecido não entrega a “mágica”… a estampa precisa entregar. Foi exatamente o caso dessa coleção que vou te apresentar agora!
Eu sabia que o visual não podia depender da base, então trabalhei o oposto do óbvio: a estampa virou protagonista.
Usei sublimação não só pela liberdade de cor, mas para construir textura visual, como se o tecido já viesse rico de fábrica, sabe?
Fizemos uma imitação de base de laise, com profundidade. Nada chapado!
E o resultado foi esse:
Ela sozinha já PRECISAVA dar aquele charme à coleção.
Porque sim, existe estampa que não é só bonita.
Ela é inteligente, finge que o tecido é melhor do que é e o consumidor final, por sua vez, sente isso, mesmo sem entender por quê, só pelo impacto visual.
Nos produtos, ela entregou exatamente a proposta que eu queria que o cliente enxergasse: valor percebido!
Esse é o tipo de decisão invisível que é necessário ter, independente do segmento que se atua, e é por isso que design de estampa não é arte: é estratégia!
Enquanto algumas marcas seguem buscando aquela “nova técnica”, as que estão crescendo mais rápido são as que aprenderam a usar as técnicas que já existem como ferramenta estratégica, não como limitação.
Então, a minha dica é: sempre que for pensar em uma coleção, principalmente se tratando de competitividade, imagine qual diferencial pode ser agregado ao design das estampas, de maneira que seu cliente, ou sua marca, encante o cliente. E claro, se não precisar ter um custo extra para que isso ocorra, fica melhor ainda, como foi o caso dessa coleção!
