“O digital veio para somar e não vai substituir os métodos ‘convencionais’”, afirma o especialista em tecnologia do Instituto Senai de Tecnologia, Jorge Rosa, isso porque o sistema digital economiza água, reduz limitações e tem excelente definição nas estampas.
No entanto, dois dos maiores desafios da impressão digital têxtil são o controle de cor – obter no produto aquilo que vemos em nossos monitores – e formar o preço do nosso produto.
Para o primeiro caso, Robson Xavier de Carvalho, diretor da Cor & Processo, temos que tomar cuidado com o que na Engenharia é chamado de “propagação do erro”; tendo matrizes de qualidade, aquelas que reúnam melhores condições para a impressão. “Isso costuma ser negligenciado pela maioria dos operadores na área de impressão, seja têxtil ou ‘papel’”, comenta Carvalho.
O diretor explica que há casos em que os softwares estão com uma predefinição de cores para impressão, o que é difícil de ser identificado. Tempos atrás ele enfrentou um software predefinido para impressão de jornais e ninguém entendia se o problema estava nas máquinas, tintas – eram originais – ou tecidos, no final das contas, o problema era um perfil de cor embutido, o processamento da imagem, tinha fração de ciano, assim nunca se chegaria ao vermelho pretendido.
Já sobre o segundo desafio (definição de preços na estamparia digital), o consultor de negócios do Sebrae-SP, Felipe Chiconato, explica que alguns passos devem ser seguidos:
- Não vender por menos que nos custa
- Saber quanto o mercado cobra por produtos similares, pois isso ajuda a me posicionar no mercado, sempre vai haver itens mais caros ou mais baratos;
- Qual a percepção do cliente sobre meu valor, lembrando que valor é diferente de preço.
Diferenciais
“Qual seu diferencial quando o assunto é estampa digital?”, questiona o CEO da Black West e Costurando Sucesso, Eduardo Cristian, sentenciando que “só” preço mais baixo já não convence mais. Atualmente, já se interessam por velocidade e cuidado na entrega dos produtos, mas ainda existem cinco obstáculos para entrega das estamparias:
- Correria do dia dia
- Falta de atenção
- Sobrecarga
- Comunicação
- Hábitos
“Resolvemos esse problema substituindo hábitos; inserimos o check list das execuções de tarefas”, explica o CEO. O processo abrange desde a criação do desenho e nele é preenchido quem foi o responsável por aquela atividade, que horas e onde foi feita, quem é o responsável pela continuidade do processo. “Monitoramos tarefas e descobrimos os gaps da estamparia”.
Magazines
Questionados em como as estamparias vendem para os grandes magazines, Euclides Vale, diretor da Vale Transfer, e Felipe Simeoni, gerente de marketing da Global Química e Moda, explicam que há passos a serem seguidos; “Abvtex, seja como subcontratado ou como fornecedor e realizar processos com excelência”, explica Vale.
Já para Simeoni é necessário focar em qualidade, velocidade e possibilidades. “A impressão digital é um caminho sem volta. Inverte a a ordem de oferta e demanda para demanda e oferta, além de criar a massificação customizada”.
Epson
No final da noite a empresa apresentou “a realidade da tecnologia digital na impressão têxtil” com Amaro Netto e Luciara Souza, ambos account manager da Epson, mostrando cases de clientes que começaram com poucas peças e que em pouco tempo aumentaram o parque gráfico e solucionaram diversos problemas, inclusive entregando produtos mais rapidamente para seus clientes.
“Nós queremos resolver os problemas do cliente. Muitas pessoas que migram do analógico para digital e às vezes não têm muita informação, mas não tenham medo do digital. O brasileiro se adapta rápido e se reinventa com muita facilidade”, comenta Luciara.