Poucos corantes têm afinidade com as fibras têxteis e alguns que apresentam esta propriedade benéfica não são usados na impressão digital de hoje. A afinidade do corante Disperso com o poliéster é o exemplo notório de afinidade direta corante e fibra, e exceto nessas reduzidas oportunidades, os tecidos devem ser tratados especificamente para cada tipo de corante e também para os pigmentos. A estampa final deve reproduzir as cores e os detalhes da imagem original e para isso a superfície dos tecidos deve ser tratada para não migrar as linhas finas, os pontos de retículas e não borrar as tonalidades das cores que foram aprovadas. É impossível isso ocorrer, como também obter solidez à lavação em tecidos sem pré tratamento. Graças ao pré tratamento, após a secagem e lavação, a cor permanece firme e sem desbote.
A afinidade das tintas de corantes com os seus grupos de fibras específicas é forçada por meio de químicos que não podem ser carregados nas tintas de impressão: sais, álcalis e ácidos fortes tem alto poder de destruição das estruturas das cabeças de impressão. Por este motivo os químicos auxiliares e funcionais são integrados no pré tratamento do tecido e este tratamento torna a fibra receptiva às tintas.
Enquanto os corantes Dispersos se ligam às fibras e filmes de poliéster por meio de forças naturais induzidas, os corantes Reativo e Ácido precisam de agentes químicos que gerem a afinidade corante / fibra. Na impressão híbrida serigrafia / digital com pigmentos basta um pré tratamento de barreira física sem função reativa com a tinta. Na impressão digital pura com pigmentos é necessário aplicar um tratamento químico que age coagulando e ligando as tintas na superfície dos tecidos.
Por questões que envolvem a viabilidade técnica, a economia dos processos e viabilização do tratamento de efluentes, a quantidade de tintas depositada no tecido deve ser controlada. Pigmentos devem ser mantidos na superfície e dentro do mínimo possível. Corantes Reativos e Ácidos demandam maior quantidade para penetrar e tingir além da superfície. Tintas de sublimação devem ser dosadas para não sobrar no papel e levar mais contaminantes para o meio natural. E finalmente, como um copo não pode conter mais água que a sua capacidade nominal, também as fibras têm um ponto de saturação de tinta e o colorante que superar este limite será descartado como contaminante da água e do solo.
Pré tratamentos
Indiferente do tipo e finalização de imagem, impressora, tintas e tecidos, o pré tratamento irá definir junto com o programa RIP (processador de imagem para impressão), todos os aspectos de qualidade de cor e de nitidez de sua estampa final. Tecidos preto e escuro definitivamente não funcionam sem pré tratamento adequado para fundo preto e nem sempre um pré tratamento serve ao mesmo tempo para tecidos claros e escuros. Escolha um de dupla função e lembre-se que o pré tratamento em fundo preto deve ser usado no dia em que foi aplicado.
Tecidos brancos “não precisam ser tratados para receber impressão DTG com pigmentos”. Isso depende do nível de qualidade que você pretende atingir: Cores mais fracas e imagens desbotadas e de solidez baixa ou estampas firmes de alta qualidade visual. Pré tratamentos corretos reproduzem tonalidades saturadas e corretas em relação ao perfil de cores, imagens de bordas bem recortadas e detalhes nítidos.
Há muitos pré tratamentos no mercado e muitos deles causam odores fortes, amarelamento de peças, baixa solidez, cores erradas e imagens sujas. Prefira os pré tratamentos de fornecedores corretos, aprovados pela Oeko-Tex e pelo programa ZHDC. Faça isso porque você pode estar lidando com produtos causadores de alergia e câncer e também porque, raramente, o preço de pré tratamentos corretos é o mais alto, principalmente quando você não compra de terceiros.