Não houve crise política ou econômica que minasse as expectativas. Em meio a uma pesada restrição financeira, multiplicada por impasses que colocaram a relação entre Rio de Janeiro e Brasília em xeque, carnavalescos, cineastas, músicos e designers se juntaram para criar uma das mais históricas cerimônias de abertura da Olimpíada.
A Olimpíada brasileira foi com um jeitinho bem brasileiro, com muita criatividade ao otimizar a limitação financeira utilizando a comunicação visual eletrônica onde o que existia de mais “exorbitante” era, apenas, a tecnologia.
Foi assim com a passarela virtual que se abriu para Gisele Bündchen, a nova garota de Ipanema, desfilar. Ou, ainda, com os prédios que cresciam repentina e vertiginosamente em meio ao Maracanã.
Todos esses efeitos derivaram de um recurso intimamente ligado ao setor de comunicação visual: o video mapping, ou a projeção mapeada. “A projeção mapeada que encantou o mundo na abertura da Olimpíada do Rio se tornou uma das principais tecnologias buscadas para inovar em eventos de todos os tipos”, explica a empresa BluPix, especialista em projeções interativas.
O vídeo mapping permite brincar com o espaço e projetar uma série de imagens – como os edifícios ou as florestas que brotavam do Maracanã
O vídeo mapping, a rigor, é uma projeção realizada em superfícies irregulares. Transforma qualquer fachada ou elemento cenográfico em uma tela de vídeo dinâmica. Em resumo, permite criar dimensões extras e noções de movimento em objetos estáticos. Assim, é possível brincar com o espaço e projetar uma série de imagens – como os edifícios ou as florestas que brotavam do concreto do Maracanã.
Segundo explica a BluPix, a superfície que servirá posteriormente de tela é mapeada em 3D. O filme, então, é adaptado à estrutura mapeada, evitando qualquer tipo de distorção no momento de projetar sobre formas e volumes.
A composição do video mapping, por sua vez, exige três componentes fundamentais: projetor de alta qualidade, para fornecer uma imagem nítida; animação gráfica, desenvolvida previamente, com base na fachada escolhida; e sistema de gerenciamento de projeção e software de mapeamento.
Por seu preço acessível e sua infinidade de opções criativas e impactantes, o video mapping conquistou o mercado e hoje pode ser visto em campanhas publicitárias, espetáculos teatrais, desfiles de moda até importante feiras de negócios e congressos técnicos. E, claro, agora nas reprises já nostálgicas, em uma das mais belas aberturas da história da Olimpíada.
Foto: Rio 2016 Gabriel Nascimento