Imagine uma baleia saltando do mar direto para o centro da cidade. Ou um tênis gigante esmagando um prédio icônico. Cenas como essas têm ganhado destaque nas redes sociais e causado espanto em quem vê, mesmo que, na prática, elas nunca tenham existido de verdade.

Essa é a proposta do FOOH – Fake Out of Home, uma tendência emergente na publicidade que une tecnologia, criatividade e realismo visual para criar campanhas de impacto que parecem acontecer no mundo real, mas são produzidas digitalmente.

Criado com técnicas avançadas de CGI (Imagens Geradas por Computador), pós-produção e direção de arte, o FOOH cria peças publicitárias tão realistas que enganam o olhar de quem se depara com elas online. E é justamente esse efeito de surpresa, aliado à potência das redes sociais, que tem tornado o formato uma nova aposta de marcas inovadoras.

Entenda como funciona o FOOH, por que ele vem crescendo, quais os benefícios para as marcas, desafios éticos e as possibilidades para o futuro.

A magia por trás das instalações digitais

O Fake Out of Home parte do mesmo princípio do OOH tradicional (mídia exterior): ocupar espaços urbanos com campanhas criativas. A diferença é que no FOOH tudo é virtual, e a peça existe apenas em vídeos ou imagens publicadas nas redes sociais.

Como funciona o processo?

  1. Concepção criativa: a ideia parte de uma narrativa visual impactante e inusitada, com potencial para viralizar.
  2. Planejamento de ambiente e storytelling: escolhe-se um local real (geralmente icônico ou inesperado), que servirá como cenário digital para a intervenção.
  3. Modelagem em CGI: a equipe cria os elementos 3D e os integra com imagens reais do local usando efeitos de luz, sombra, textura e perspectiva.
  4. Edição e pós-produção: tudo é finalizado para gerar o máximo de realismo e naturalidade.
  5. Publicação estratégica: o conteúdo é lançado como se fosse uma ação OOH real, mas pensado para gerar engajamento, compartilhamentos e discussão.

A combinação de realismo + surpresa + narrativa visual é o que torna o FOOH tão poderoso. Ele cria uma ilusão imersiva e criativa sem precisar de instalações físicas, locações ou permissões urbanas complexas.

Por que as marcas estão apostando no FOOH?

O Fake Out of Home oferece uma série de vantagens em relação às campanhas OOH tradicional, especialmente no contexto digital-first (em que as experiências e produtos são pensadas priorizando o digital).

1. Custo reduzido em relação a OOH real

Embora o CGI envolva investimento técnico, ele dispensa produção física, locações e infraestrutura, o que reduz custos logísticos.

2. Possibilidades criativas ilimitadas

Com o FOOH, não há limites para o que pode ser criado: objetos gigantes, efeitos impossíveis, intervenções surrealistas. Tudo pode ser simulado, sem as restrições do mundo físico.

3. Potencial de viralização

Campanhas bem-feitas causam espanto e curiosidade, tornando-se perfeitas para compartilhamentos espontâneos em redes sociais.

4. Medição precisa de resultados

Diferente da mídia exterior tradicional, o FOOH permite analisar métricas digitais em tempo real, como visualizações, comentários, taxa de engajamento e alcance.

5. Posicionamento como marca inovadora

Apostar em FOOH transmite uma imagem de marca moderna, ousada e conectada com a cultura digital.

Campanhas criativas que marcaram o FOOH

Alguns exemplos de FOOH mostram o quanto esse formato pode ser impactante:

The North Face:  a empresa criou uma intervenção digital onde o Big Ben vestia os casacos da marca.

Maybelline London: vídeos mostraram trens e ônibus circulando com cílios colossais e máscaras de rímel interagindo com o veículo. 

Adidas: um tênis Adidas gigante tomou os trilhos do Bonde de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.

Essas campanhas nunca aconteceram fisicamente, mas alcançaram milhões de pessoas e geraram milhares de compartilhamentos.

4 desafios e considerações para levar em conta sobre o Fake Out of Home

Apesar de todo o potencial, o FOOH também exige responsabilidade e transparência, especialmente na relação com o público.

1. Transparência e ética

Se a campanha for divulgada como se fosse real, sem esclarecer a natureza digital, isso pode gerar frustração ou desconfiança. Marcas devem equilibrar a ilusão criativa com a honestidade da proposta.

2. Risco de percepção negativa

Se mal executado ou usado de forma sensacionalista, o FOOH pode ser percebido como enganoso ou oportunista. O storytelling precisa ser bem planejado.

3. Dependência de viralização

O sucesso do FOOH está fortemente ligado à reação do público. Nem toda campanha consegue viralizar, por isso é importante alinhar expectativas e ter um bom plano de divulgação.

4. Adaptação a diferentes plataformas

É fundamental otimizar o conteúdo para formatos verticais, horizontais e cortes curtos, garantindo sua performance no Instagram, TikTok, YouTube e outras redes.

O futuro do FOOH

O Fake Out of Home ainda está em expansão, e novas possibilidades começam a surgir com o avanço da tecnologia. A Integração com realidade aumentada (AR) é uma dessas possibilidades. No futuro, os consumidores poderão interagir com as campanhas FOOH ao vivo, usando seus celulares ou óculos inteligentes. 

A união entre OOH físico e FOOH digital também pode criar experiências ainda mais imersivas, com peças reais ganhando vida nas redes por meio de efeitos digitais. A tendência aponta para campanhas que não apenas impressionam, mas conectam emocionalmente com o público através de histórias digitais envolventes, explorando um marketing cada vez mais imersivo.

O FOOH chegou para ficar – e transformar as ações visuais de marketing

O Fake Out of Home é mais do que uma moda passageira: é uma evolução natural da publicidade visual, que alia criatividade e tecnologia para criar experiências impactantes no universo digital.

Mas o sucesso do FOOH exige mais do que técnica. Essa tendência pede boas ideias, execução impecável e respeito pela audiência. Para as marcas, é uma oportunidade de se destacar, se posicionar como inovadoras e se conectar com um público cada vez mais imerso nas redes.