Trabalhar a criatividade para “pensar fora da caixa”, revolucionar conceitos e desenvolver novos produtos é um requisito básico para qualquer empresa e profissional da área de comunicação visual hoje em dia. Justamente nesse cenário, o Design Thinking surge como um conceito capaz de ajudar o mercado a entender, de fato, o que as pessoas precisam para, então, oferecer soluções atrativas. Afinal, a arte de inovar está muito mais relacionada à capacidade de encontrar maneiras de tornar as coisas mais fáceis do que desenvolver, necessariamente, tecnologias muito sofisticadas.

Ao se deparar com o termo, você, provavelmente, pode tê-lo relacionando apenas ao aspecto visual devido à palavra “design”, mas o seu significado vai muito além disso. O conceito está relacionado à ideia de que é preciso direcionar o pensamento criativo para atender as necessidades do público-alvo em questão, considerando cada uma das etapas envolvidas nesse processo, da concepção até a conclusão do projeto final. Portanto, vale a pena salientar que inovação é um processo linear, que demanda pensamento crítico.

Por isso, esqueça aquela ideia de que pensar totalmente fora da realidade é sinônimo de ser criativo e de quebrar paradigmas. Ela nada tem a ver com o conceito do Design Thinking. 

De acordo com Eduardo Freire, consultor, mentor e project thinker, o Design Thinking precisa ser aplicado com empatia para que seja possível tirar as ideias do papel e transformá-las em produtos inovadores. “Este conceito propõe o desenvolvimento focado nas pessoas para a resolução de problemas. Por mais que pareça lógico, muitas vezes, esquecemos de fazer isso. Portanto, um dos pilares do Design Thinking é a utilização da empatia, que vai além de se colocar no lugar das pessoas, mas, de fato, ver com seus olhos e conectar-se com elas. Com isso, você adiciona colaboração, co-criação e experimentação, proporcionando, naturalmente, um ambiente de projetos mais criativos. Esses são os elementos propostos para transformamos ideias e dores em projetos inovadores”, explica.

  1. Imersão

O Design Thinking começa com uma imersão que antecede o “colocar a mão na massa”, justamente para prover um momento de reflexão que vai determinar todo o restante do projeto. Fazer uma imersão significa compreender o cenário atual e o problema a ser resolvido. Ou seja, entender o que as pessoas que utilizarão o produto necessitam e como torná-lo adequado para as suas realidades. Nessa fase, também é importante compreender o mercado e as implicações externas, sem deixar de “olhar para dentro” e estar ciente de suas capacidades, recursos e objetivos com o projeto. Utilize pesquisas como recursos nesta fase: na internet podem ser obtidos dados sobre o mercado, já ao telefone ou presencialmente são feitas entrevistas com o público-alvo do seu produto para entender seu comportamento.

  1. Ideação ou desenvolvimento

Chega o momento da criação, propriamente dita, do produto, bem como o seu conceito, marca, posicionamento e forma de se comunicar com o mercado. É aqui que o Design Thinking vai começar a tomar forma, apesar de a primeira etapa ter um impacto direto em todo o restante do processo. Nesse momento, é preciso apresentar o que foi coletado na etapa 1 e, a partir das percepções geradas, ouvir opiniões de quem está envolvido na criação do produto com a realização de brainstormings para juntar o máximo de ideias possível, além de tentar se livrar de todas as percepções pré-concebidas que podem impedir a identificação de caminhos mais adequados.

  1. Prototipação

Essa é uma etapa fundamental para testar e avaliar a receptividade do produto pelo público-alvo, além de corrigir falhas e implementar melhorias. Aqui, vale a pena desenvolver uma versão mais simples do produto para que seja possível avaliar se ele realmente está adequado aos consumidores e, inclusive, colher feedbacks de potenciais usuários para possíveis melhorias. Ao dar forma ao produto, é possível identificar o que se encaixa no projeto e juntar propostas, a partir dos pontos de vista da equipe de projeto e do cliente. Por ser um modelo barato, o protótipo pode ser criado quantas vezes for necessário até que se chegue ao modelo ideal.

  1. Desenvolvimento

Nessa última fase, é chegado o momento de tirar as ideias do papel – e do protótipo – e começar a viabilizar o seu produto. Além da finalização do projeto em si, é importante levantar recursos, pensar na divulgação e fazer um planejamento financeiro para que o lançamento no mercado seja viável. Vale ressaltar que, apesar de ser a última etapa do Design Thinking, isso não significa que nada mais será mudado. Agregar melhorias constantes e não deixar de ouvir feedbacks de clientes, fornecedores e colaboradores internos são fatores que devem permear o desenvolvimento de todos os projetos.