O segmento de estamparias tem se mostrado uma boa opção para quem quer investir em um mercado promissor e versátil. Isso porque a procura cada vez maior dos clientes por itens personalizados faz com que abrir uma estamparia ofereça uma possibilidade de negócio adaptável, escalável e lucrativo.
No entanto, assim como em qualquer outra área, abrir uma estamparia exige planejamento, organização e decisões estratégicas envolvendo portfólio, processos e questões jurídicas e contábeis.
Passos essenciais para abrir uma estamparia
É fundamental fazer uma pesquisa completa e uma análise de mercado que possibilitem o desenvolvimento de um plano de negócio mais confiável para iniciar suas operações. Nessa fase inicial quando se pensa em abrir uma estamparia, também é importante:
1. Fazer um planejamento preliminar
Primeiro de tudo: é preciso planejar. O sucesso de qualquer empresa passa por um bom planejamento, que ofereça uma direção clara a ser seguida, o que minimiza os riscos inerentes à atividade empreendedora.
É preciso definir a dimensão que se vai dar para o negócio, como sua estamparia quer ser vista e diferenciada no mercado, qual será seu público, entre outros pontos que vão delimitar o negócio antes de abrir uma estamparia.
2. Lidar com a parte legal e fiscal
Depois do planejamento e dos ajustes para tirar do papel sua ideia de abrir uma estamparia, é necessário buscar as informações sobre o que é preciso para iniciar sua operação dentro das normas jurídicas e em termos de regime fiscal. Para isso, será necessário definir o tamanho inicial de sua operação.
“O principal fator a ser observado para decidir entre abrir sua empresa como um Micro Empreendedor Individual (MEI) ou como Micro Empresa (ME) é o faturamento, que, no caso do MEI, não pode ser superior a R$ 81 mil anuais”, destaca o consultor de negócios do Sebrae-SP, Eder Max.
Como MEI, o empresário paga em torno de R$ 60,00 por mês em tributos – o que fica abaixo de outros regimes tributários, porém, é válido somente para negócios de menor porte, em razão do limite de faturamento.
Entretanto, é bastante recorrente que as empresas enquadradas desta forma ultrapassarem esse limite em 20%. Quando isso acontece, o MEI passará à condição de microempresa, recolhendo o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) na condição de microempreendedor individual até o mês de dezembro e um DAS-excesso de receita, pelo faturamento superior ao previsto nessa categoria, no vencimento estipulado para o pagamento dos tributos abrangidos no Simples Nacional relativo ao mês de janeiro do ano subsequente.
Se optar diretamente pelo cadastro como microempresa, com o faturamento superior aos R$ 81 mil anuais, a estamparia recolhe o imposto simples nacional com percentuais iniciais de 4%, 4,5% ou 6% sobre o faturamento do mês, conforme as atividades econômicas exercidas, que nesse caso, se encaixam como comércio, indústria e/ou serviços.
Cabe ressaltar que é importante ter claro a melhor classificação para que a empresa não tenha problemas legais e opte pelo regime mais adequado. Se a perspectiva for de lucros superiores ao de um MEI, o cadastro direto para microempresa é o mais recomendável. E se a alteração de faturamento for gradual, é fundamental não esquecer de regularizar essa situação e passar de uma modalidade para outra.
Se a definição for iniciar como MEI para abrir uma estamparia, são necessários apenas os documentos pessoais e os comprovantes de entrega das duas últimas declarações de Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF).
No caso de microempresa, o processo exige cópia de RG e CPF, IPTU do local onde será estabelecida a empresa, endereço, nome fantasia (se optar em inseri-lo no cartão CNPJ), telefone e e-mail de contato que constará no cartão CNPJ.
“Para uma microempresa, recomenda-se que um contador possa acompanhar todo o processo para verificar contrato social, sociedade e demais procedimentos”, indica o especialista do Sebrae.
3. Avaliar os equipamentos necessários para abrir uma estamparia
Os equipamentos dependem da estrutura pensada para a sua empresa. O vice-diretor do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindicont-SP), Luis Gustavo de Souza e Oliveira, recomenda alguns passos antes dessa aquisição.
“A primeira coisa é definir quem é o seu cliente potencial e aonde você vai se localizar. Depois disso, vem a informação do custo do equipamento e dos materiais acessórios junto com o custo do material a ser estampado. Feito isso, o empreendedor entenderá a sua margem e poderá projetar quantas peças vai ter de vender e consequentemente o que terá para investir”, aconselha.
Para não gastar com um equipamento desnecessário ou que ficará subutilizado, pode-se iniciar com o mais básico, testar o modelo de negócio para, então, ter mais segurança sobre o maquinário que realmente é importante para a operação planejada.
“Para trabalhar com estamparia, é preciso investir em máquinas específicas para o seu tipo de produto. E a quantidade de equipamentos, certamente, dependerá do porte da sua empresa, volume de vendas e, ainda, da capacidade ou não de terceirizar algum processo”, finaliza Max.