O uso da vitrine como anúncio é uma saída bastante eficaz para os empresários da cidade de São Paulo (SP), por exemplo. Afinal, com a Lei da Cidade Limpa, ficaram proibidos o uso de anúncios em outdoors, recurso que costumava ser bastante utilizado.
A vitrine, neste sentido, aparece com uma importância ainda maior. Assim, além de exibir os produtos e as ofertas, ela pode ser pensada de forma a chamar a atenção dos clientes e, consequentemente, melhorar as vendas.
Os impactos da Lei Cidade Limpa
"Em seu berço, a Lei da Cidade Limpa tinha como objetivo limpar a cidade da poluição visual provocada pelo número excessivo de placas e outdoors existentes em São Paulo à época. Portanto, ela nasceu com um propósito interessante e, em sua primeira fase, alcançou o objetivo inicial de tornar a cidade um espaço urbano menos poluído visualmente", explica Eloiza Besouchet, do marketing da Vitrine Mania.
Ainda assim, as lojas precisam comunicar de alguma forma os seus produtos e criar conexões com clientes em potencial. Dessa forma, o mercado precisou encontrar novas maneiras para que a sinalização ocorresse sem infringir as normas.
"O que se viu na época foi o abuso de muitas empresas no uso das fachadas: elas passaram a ser os próprios outdoors. A resposta dos legisladores foi a aplicação de multas e a criação de novas normas, cada vez mais restritivas".
Eloiza explica que a vitrine é uma expressão visível nos pontos de venda a respeito do conceito de uma marca. Portanto, ela é essencial para que o consumidor tome a decisão de entrar ou não no estabelecimento. "Excessivamente legislada, a tendência sempre será a de encontrar novas brechas para continuar se comunicando".
Vitrine como anúncio: é permitido?
Eloiza explica que a lei não é a clara a respeito do uso da vitrine como anúncio.
"Uma vitrine pode “anunciar” sem texto, sem luminoso, sem painel de led, sem exageros. Mas o fato de conter uma mensagem escrita não a torna necessariamente um elemento que polui visualmente o ambiente urbano. Pelo contrário, uma vitrine bem construída e inteligente pode contribuir para a qualidade visual da sua rua, do seu bairro e da sua cidade".
Dessa forma, uma vitrine pode "falar" e criar conexões com os clientes. Para tanto, é possível usar uma infinidade de recursos para que seja possível atrair mais pessoas e vender mais.
"A tecnologia vem revolucionando e trazendo novos e melhores formatos para que essa comunicação aconteça nos pontos de venda. Varejistas atentos já estão fazendo uso desses recursos, que não param de surgir. Já existem carrinhos autônomos, que calculam o valor das compras apenas colocando o produto dentro deles, checkouts mobile, etiquetas de preço digitais e informações completas sobre cada produto. Além de self-checkouts, experiências com realidade virtual e vitrines com as quais os clientes podem interagir de diferentes maneiras, só para citar alguns exemplos".
Além disso, Eloiza reforça que uma comunicação bem construída na vitrine é o que gera o gatilho para que o cliente entre na loja.
Quais os materiais mais adequados?
Para quem deseja entrar neste mercado e trabalhar com produtos diferenciados que permitam ao lojista usar vitrine como anúncio, Eloiza dá algumas dicas.
"Aqui, temos que separar a vitrine da fachada propriamente dita. Dentro da vitrine, não vejo motivo para tentar coibir o uso da iluminação de LED. A vitrine faz parte do ambiente privado de uma loja. Habitualmente esse espaço já é iluminado, conta com elementos que podem incluir textos e mensagens temporárias e tentar banir o LED me parece, mais uma vez, uma tentativa de legislar sobre a comunicação loja/consumidor de um modo invasivo, exagerado e desnecessário, considerando que vitrines são instalações regularmente substituídas por novos elementos".
Ainda assim, é importante ter em mente que o exagero não é o caminho para usar a vitrine como anúncio. Afinal, não são cores e luzes fortes que farão com que o cliente se interesse. E sim, a criatividade e sintonia com a proposta da loja e o perfil de clientes que ela pretende atingir.
Portanto, o caminho para quem deseja atuar no segmento é justamente o de pensar em alternativas inovadoras, que englobem a tecnologia e permitam aos lojistas alcançar os seus objetivos, mas sem poluir a vitrine ou infringir as leis.
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