Cada vez mais a indústria de impressão tem percebido a importância de adotar novas práticas sustentáveis, se integrando a um movimento global promovido por governos, empresas e mercado consumidor.

“Fabricantes e fornecedores do mercado de impressão estão trilhando uma jornada de renovação e aprimoramento constante. Hoje, além de pontos como qualidade e rapidez, também está em jogo a busca por novas maneiras de economizar energia e recursos”, destaca Luiz Carli, diretor geral da OKI Data Brasil.

Naturalmente, o setor de impressão ainda depende de vários recursos, como energia, água, papel, tintas, solventes e embalagens para viabilizar suas operações, o que agrega desafios para tornar o negócio mais sustentável.

No entanto, há algumas boas práticas que podem ser postas em ação para otimizar a produção e reduzir seu impacto no meio ambiente. Conheça, a seguir, alguns exemplos.

Desafios da indústria de impressão: como lidar com o papel de forma mais sustentável?

Por mais que a sociedade tenha transferido diversas das suas principais atividades para o mundo digital, os produtos impressos em materiais como o papel ainda têm uma demanda evidente.

No entanto, sem uma estratégia de gestão sustentável, o uso do papel tem um impacto ambiental expressivo. Além disso, a indústria de papel exige consumo de combustível, eletricidade e aço usados ​​pelas diferentes máquinas, o que impacta na cadeia de valor da indústria de impressão de modo mais abrangente.

Nesse contexto, uma iniciativa que pode reduzir esse impacto e a pegada de carbono é garantir que o papel e outras matérias-primas sejam provenientes de fontes ambientalmente sustentáveis, utilizando fibras recicladas e evitando a folha branca. O papel obtido a partir da madeira de reflorestamento também é uma alternativa.

Além disso, é preciso procurar ativamente novas maneiras de otimizar o uso do papel, evitando o desperdício e a energia consumida na produção diária.

Qual tinta utilizar?

Muitas das tintas tradicionais são fabricadas à base de petróleo, podendo liberar compostos orgânicos voláteis, que podem provocar danos ao meio ambiente e, também, à saúde das pessoas, principalmente durante a exposição prolongada – lembrando que o próprio petróleo é um recurso não renovável. Ainda, algumas tintas também podem conter metais pesados ​​tóxicos, como bário, cádmio e chumbo.

Por isso, sempre que possível, utilize as tintas à base de vegetais e ofereça essa possibilidade mais sustentável aos seus clientes. Normalmente, elas são feitas com soja, sendo mais sustentáveis e sem liberar compostos nocivos.

Como as tintas vegetais são mais fáceis de ser removidas, elas são peças-chave, também, em um programa mais amplo de reciclagem, que pode ser apresentado como ideia de projeto socioambiental a seus clientes, caminho que é apontado pelo diretor geral da OKI Data Brasil como uma forma de a indústria de impressão inovar e ampliar seus serviços.

“Em busca de novos modelos, o mercado de impressão também tem lançado novos produtos e soluções para continuar ajudando empresas em suas atividades e, ao mesmo tempo, contribuir com ações mais conscientes e sustentáveis em benefício do planeta”, salienta.

Outra possibilidade são as chamadas tintas ecológicas, que substituem solventes orgânicos, feitos, geralmente, à base de derivados de petróleo, por água.

Já quando não for possível utilizar as versões ecológicas, é muito importante fazer um melhor gerenciamento da tinta, reduzindo o seu desperdício.

Como implantar a reciclagem interna na indústria de impressão?

Como em qualquer negócio, até na indústria de impressão existem muitas embalagens, papel e suprimentos que a empresa deve lidar e dar a destinação mais adequada.

Por isso, é importante treinar toda a equipe e distribuir lixeiras estrategicamente localizadas em cada setor, sendo classificadas e pré-designadas para cada tipo de material descartável.

Após, é preciso recolher todos esses materiais e dar um destino correto para cada um deles, se possível a reciclagem junto a cooperativas locais. Esse ponto é destacado como central por Carli:

“Investir em centros de reciclagem e estabelecer parcerias com empresas da cadeia de logística reversa é uma postura recomendável com benefícios para todos os envolvidos no processo. Esse movimento está ganhando cada vez mais força porque os dados são alarmantes. Estudos apontam que apenas 54% dos municípios brasileiros possuem programas de manejo de resíduos sólidos, e os processos de logística reversa ainda têm muito a melhorar no país, a exemplo do que já acontece em mercados maduros (como o japonês, o europeu e o americano). Infelizmente, o Brasil é hoje um dos maiores produtores de lixo eletrônico da América Latina, que descarta corretamente menos de 3% dos aparelhos e insumos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU)”.

E a energia elétrica?

A adoção da eficiência energética não é uma exclusividade da indústria de impressão. Isso significa que toda empresa precisa utilizar máquinas e aparelhos mais eficientes em termos de energia.

Mudar para a energia verde e reduzir o uso de eletricidade pode contribuir para a construção de um espaço de trabalho mais sustentável e custo-eficiente. Os sistemas de ar condicionado em todas as instalações devem ser modernos e de baixo consumo energético. O uso de lâmpadas econômicas em todos os ambientes também é uma ação simples, porém importante.

Além disso, ao adotar tecnologias como impressão sob demanda, as indústrias podem reduzir bastante o uso de materiais e energia.

Dessa forma, ao aliar conhecimento e criatividade em suas práticas sustentáveis, você estará não apenas ajudando o meio ambiente, como, também, gerando maior valor e competitividade para a sua indústria de impressão, reduzindo custos, otimizando sua operação e conquistando credibilidade no mercado – que, cada vez mais, deve valorizar as práticas sustentáveis empresariais.

Claro, na prática, tudo isso pode ser desafiador, mas no médio e longo prazo, os resultados serão consistentes. Além disso, o cenário é propício a esse movimento, conforme sintetiza o diretor geral da OKI Data Brasil:

“Essa é uma tarefa complexa, que envolve fabricantes, revendas e consumidores, mas é também uma atividade fundamental. Nesse contexto, a verdade é que o mercado de impressoras no Brasil é um exemplo de transformação, com foco no planeta e no consumidor. Nos últimos dois anos, o setor registrou um crescimento acumulado de quase 30% e os motivos para essa retomada baseiam-se em um forte trabalho de desenvolvimento tecnológico, sem deixar de lado a sustentabilidade como uma questão central. A indústria vem evoluindo constantemente e é seguro dizer que as impressoras e suprimentos hoje oferecem opções práticas para reduzir os gastos e melhorar a eficiência das empresas.”

Como vimos, entre os principais desafios para o desenvolvimento sustentável da indústria de impressão, está o de fazer o descarte adequado de resíduos sólidos. Para ajudá-lo a vencer esse desafio, preparamos dicas para você fazer o descarte correto de materiais como parte da rotina de produção, não deixe de conferir.