Em uma palestra no palco Fórum FuturePrint, Paolla Crestani, fundadora da Associação Brasileira de Comunicação Visual (ABCV) e da CV Unida, trouxe à tona os desafios enfrentados pelo setor de Comunicação Visual no Brasil e apresentou soluções para transformar o mercado.
Um setor invisível que movimenta bilhões
“A comunicação visual não existe, a gente é um fantasma. Não possuímos nem um CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas)”, afirmou Crestani logo no início de sua palestra, destacando que o setor, apesar de ser fundamental para hospitais, aeroportos e estabelecimentos comerciais, não possui reconhecimento oficial.
A palestrante revelou que o setor movimenta bilhões de reais anualmente, mas enfrenta problemas estruturais como:
- Falta de regulamentação
- Ausência de reconhecimento governamental
- Desvalorização pelos clientes
- Falta de garantias dos fornecedores
- Escassez de mão de obra qualificada
- Concorrência predatória
A criação da ABCV como solução
Há dois anos, Paolla fundou a Associação Brasileira de Comunicação Visual (ABCV), com a missão de fortalecer o setor que, segundo ela, é tão desunido. Agora a ABCV se transformou em uma ONG.
A Associação tem como principais objetivos:
- Fomentar a mão de obra qualificada através da criação de escolas de comunicação visual;
- Buscar regulamentação para o setor junto ao governo;
- Criar uma rede de apoio entre empresários do setor;
- Estabelecer parcerias com a indústria e o Sistema S (Sebrae, Senai).
Projeto educacional inovador
O ponto alto da apresentação foi o anúncio de um projeto educacional já em andamento. “Já existe local, já existe maquinário doado pela Rhino. Para quem não sabe, a Rhino acreditou no projeto junto comigo, doou 300 mil reais de maquinário”, revelou Crestani.
O projeto inclui:
- Escolas de formação profissional
- Plataforma de cursos online
- Um jogo educativo para atrair jovens ao setor
- Espaço para palestras e networking entre empresários
Financiamento sustentável
Como ONG, a ABCV pode receber até 2% do faturamento de empresas como doação, valor que seria destinado ao imposto de renda. “Ao invés das empresas de vocês darem esse dinheiro para o imposto de renda, vocês podem colocar nas nossas escolas”, explicou Paolla, apresentando um modelo de financiamento sustentável para o projeto.
Transformação social
Além do fortalecimento do setor, o projeto tem um forte componente social. “Quantas crianças na rua querendo se profissionalizar e a gente precisando de mão de obra. Olha que perfeito”, destacou a palestrante, explicando como o projeto pretende oferecer oportunidades para jovens em situação de vulnerabilidade.
A palestra encerrou com um convite para que os empresários presentes se unam ao movimento. “Eu não vim aqui pra fazer amigo. Eu vim aqui pra começar uma revolução”, concluiu Crestani, convidando todos a conhecerem mais sobre o projeto. Acesse o site da ONG para saber mais.