A indústria da comunicação visual vive um momento de transição: com a crescente demanda por soluções mais sustentáveis e a iminente realização da COP 30 em Belém (PA), ainda em 2025, o setor já começa a olhar com mais atenção para as possibilidades de repensar os impactos ambientais dos projetos.

Uma das soluções que ganham forma nesse contexto é o uso de energia renovável nos projetos, especialmente em fachadas comerciais e mídias OOH (Out of Home), como painéis de LED e totens digitais. O uso de energia solar nesses contextos deixa de ser apenas uma tendência para o futuro e passa a ser uma solução real e viável para as demandas do agora.

A seguir, veja como a energia solar já está sendo aplicada na comunicação visual, conheça cases de sucesso, inovações tecnológicas disponíveis no mercado e as oportunidades que se abrem para profissionais e empresas que buscam se alinhar às metas climáticas e se destacar através da sustentabilidade. 

Comunicação visual e as metas da COP 30

A COP 30, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, será realizada pela primeira vez na Amazônia brasileira. A escolha de Belém como sede traz uma responsabilidade extra para todos os setores produtivos do país (incluindo o de comunicação visual), com o objetivo de propor soluções concretas que contribuam para a descarbonização e o uso consciente de recursos naturais. 

A indústria gráfica e de sinalização, historicamente com uma demanda alta em insumos, energia e materiais descartáveis, tem agora a oportunidade de se reposicionar e repensar seus processos e produtos. Nesse sentido, a adoção de fontes de energia limpa, como a solar, torna-se um caminho gradualmente mais acessível e viável, com impactos reais e capaz de demonstrar comprometimento ambiental e responsabilidade social. 

Cases que inspiram: fachadas com energia solar

Projetos arquitetônicos que integram geração de energia solar à comunicação visual das fachadas já podem ser encontrados no Brasil. Um exemplo está em São Paulo, na sede da instituição de ensino Germinare Business, que começou a produzir sua própria energia elétrica a partir da aplicação de filmes finos flexíveis na fachada. O material foi utilizado para criar brises fotovoltaicos, desenvolvidos exclusivamente para este prédio pela Garantia Solar BIPV. No projeto foram utilizados 564 módulos de filme fino flexível de 125 Wp cada e o sistema tem potência instalada de 70,5 kWp e capacidade de geração de 49,6 MWh por ano. 

Outro exemplo vem de Anápolis (GO): a fachada do Centro de Pesquisas e Eficiência Energética (CPEE) da CAOA Montadora recebeu a instalação de Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV), se tornando uma superfície inteligente capaz de produzir energia limpa. A instalação é a maior fachada de vidro com filmes solares do mundo, com uma área de cerca de 850m² de filmes fotovoltaicos orgânicos encapsulados em vidro. O prédio recebeu design moderno, que inclui o logo da CAOA funcional, customizado em OPV. 

Projeto de fachada com energia solar

Mídia OOH alimentada por energia renovável

No universo da mídia Out-Of-Home, iniciativas sustentáveis também começam a ganhar destaque. Um exemplo criativo e funcional foi realizado em parceria com a marca Heineken: outdoors instalados em locais estratégicos utilizaram placas fotovoltaicas para alimentar freezers com cervejas geladas. A ação não apenas chamou a atenção para o produto, mas também mostrou como a energia solar pode viabilizar experiências interativas e sustentáveis na publicidade OOH.

Além disso, empresas especializadas em eventos e ativações têm apostado em totens solares que funcionam como estações de carregamento para celulares, distribuição de wi-fi, alimentação de tvs e pontos de informação visual, sem necessidade de conexão à rede elétrica. Esses equipamentos são ideais para feiras, festivais e eventos temporários, oferecendo autonomia energética e redução da pegada de carbono.

Inovações tecnológicas: energia solar para comunicação visual

Em resposta a um mundo cada vez mais atento ao impacto ambiental dos produtos e às questões ESG envolvidas em toda a cadeia produtiva, opções e alternativas sustentáveis vêm sendo desenvolvidas e aprimoradas ao longo das últimas décadas. A evolução tecnológica permitiu o desenvolvimento de soluções cada vez mais adaptáveis às demandas do setor. Hoje, já é possível encontrar no mercado:

  • Filmes fotovoltaicos flexíveis: podem ser aplicados em superfícies curvas, fachadas de vidro ou estruturas já existentes. 
  • LEDs de baixo consumo: os módulos de LED usados em painéis digitais e luminosos têm se tornado cada vez mais eficientes, oferecendo alta performance com menor gasto energético. Quando alimentados por energia solar, seu impacto ambiental cai ainda mais.
  • Sistemas inteligentes de gestão de energia: controladores que monitoram a geração, armazenamento e uso da energia, garantindo eficiência máxima. Isso permite que a comunicação visual continue ativa durante a noite ou em dias nublados, por meio do uso de baterias.

Tecnologias como essas tornam possível combinar estética, funcionalidade e responsabilidade ambiental em um único projeto, algo cada vez mais valorizado por consumidores e investidores. Além disso, essas podem ser respostas claras e diretas às demandas e regulamentações discutidas na COP 30.

Viabilidade econômica e benefícios ambientais

Investir em energia solar não é apenas uma escolha ética ou de imagem: pode representar uma economia significativa a médio e longo prazo. Embora o custo inicial de implementação de placas solares ou filmes fotovoltaicos ainda seja relevante, o retorno do investimento tende a ocorrer cada vez mais cedo, especialmente em locais com alta exposição solar.

Além da economia direta na conta de luz, empresas que adotam práticas sustentáveis ganham em reputação de marca, ampliam suas chances em processos de licitação e contratos com grandes clientes (especialmente os que seguem critérios ESG).

Segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o Brasil superou a marca de 50 GW de capacidade instalada em energia solar em 2024, tornando-se um dos países líderes em crescimento do setor. Esse cenário favorece ainda mais a integração da tecnologia ao cotidiano da comunicação visual.

Oportunidade para inovar com responsabilidade

Com a proximidade da COP 30, profissionais e empresas da área de impressão, sinalização e publicidade visual têm a chance de se destacar propondo soluções que unam criatividade e consciência ambiental. A adoção de energia renovável na comunicação visual é um passo concreto nessa direção.

Seja por meio de fachadas energéticas, painéis OOH autossuficientes ou equipamentos móveis para eventos, o setor pode desempenhar um papel importante na construção de um futuro mais sustentável. Se você atua na área de comunicação visual, prepare-se: é hora de conhecer essas tecnologias, buscar parcerias com fornecedores especializados e se preparar para atender a um mercado cada vez mais atento à sustentabilidade.

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