Da mesma forma como se planta algodão para a fabricação de tecidos, ou cana, para produção de combustível, plantam-se árvores para a produção de celulose e papel. Se o consumo de tecidos de algodão aumentar, será necessário ampliar as plantações para atender à demanda crescente. Se aumentar o consumo de álcool combustível, será necessário plantar mais cana. Assim, se mais pessoas utilizarem papel, mais árvores terão que ser plantadas.
Por que é necessário plantar árvores para produzir celulose e papel? Não seria mais fácil usar as árvores nativas que já existem? Teoricamente, é possível fazer papel a partir de qualquer vegetal. No entanto, para que o processo industrial seja eficiente e financeiramente rentável, é obrigatória a utilização das espécies adequadas. É também indispensável que as árvores sejam o mais parecidas possível. Só é possível garantir o suprimento das árvores certas e todas homogêneas, se forem plantadas. É como cozinhar feijão: não dá certo misturar, na mesma panela, variedades diferentes, ou grãos mais novos com grãos mais velhos.
No Brasil, as árvores usadas como matéria prima para celulose e papel são principalmente o eucalipto e, em menor quantidade, o pinus. O eucalipto é australiano e o pinus é norte-americano. Não há essas espécies nas matas nativas brasileiras. Essas árvores só existem aqui se forem plantadas. Para crescer, elas retiram carbono da atmosfera, ajudando a amenizar o efeito estufa e as mudanças climáticas. Temos hoje 2,7 milhões de hectares de plantações de árvores para papel. São cerca de quatro bilhões de árvores que estão ajudando a melhorar o meio-ambiente. Essa área é muito pequena: 0,32% do território nacional e menos de 1% das áreas utilizadas para atividades agropecuárias.
O papel é intensamente reciclado. No Brasil, segundo a Associação Nacional dos Aparistas – ANAP – a taxa de reciclagem chegou a 68,7% em 2018. E o que não é reciclado, se for descartado corretamente nos aterros sanitários, tem impacto ambiental mínimo porque é biodegradável.
Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Two Sides, a mais importante iniciativa do setor, promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desses recursos. Papel, papelcartão e papelão são provenientes de florestas cultivadas e gerenciadas de forma sustentável. Além disso, são recicláveis e biodegradáveis.